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De que valem informações privilegiadas em política, se não para prejudicar os adversários?
Com certeza é um comportamento antiético e duvidoso quando um político usa das atribuições do cargo e do seu acesso a dados importantes, para fabricar notícias e divulgar informações caluniosas sobre seus desafetos. Mas, no último ano da política brasileira, foi o que mais vimos.
O famoso dossiê contra Serra, no episódio dos “aloprados”. O dossiê contra o PT que dizia ter havido dinheiro cubano na eleição de Lula, etc… Sempre informações que poderiam prejudicar os candidatos rivais.
Por essa análise, foi que estranhei o fato do tal dossiê contra FHC divulgar apenas informações triviais e sem qualquer dado bombástico que apontasse FHC como um “corrupto hipócrita”. Nada ali tinha qualquer importância política premente. Contudo, acendeu os ânimos e aumentou a animosidade na CPI dos Cartões Corporativos, que andava quase esquecida.
Por isso mesmo, não fiquei surpreso ao ver na TV Senado ontem (02/04) o líder do PSDB, partido de FHC, ser confrontado e apontado como a fonte do vazamento de tais informações. Ao invés de justificar-se ou negar o fato, ele limitou-se a ler trechos da constituição e do regimento interno da casa que garantiam ao senador o silêncio.
Mesmo negando tudo,mais tarde, em uma entrevista dada a imprensa; Arthur Virgílio (PSDB-AM), deixou transparecer que foi ele mesmo que entregou o tal “dossiê” a revista Veja. O objetivo? Claramente o alcançado: Desestabilizar a CPI e colocar o governo sob fogo cerrado. Dando a oposição chance de montar seu circo e aparecer para os jornais.
O feito fica mais evidente, quando analisamos a gana e a fome com a qual avançam sobre a Ministra da Casa Civil. Como virtual candidata do PT a sucessão de Lula; Dilma Roussef, será o alvo da vez na tentativa da oposição de minar o desejo de continuidade do PT. Assim como foi feito com José Dirceu. Claramente destruído pelo episódio do mensalão e sem quaisquer chances de reerguer-se politicamente tão cedo. A Ministra Dilma é, portanto, o alvo da vez.
A verdade que transparece é que tanto a oposição quanto o governo; querem fazer da CPI dos cartões corporativos mais um palco eleitoral; do que qualquer outra coisa. Pois todos os dois governos cometeram pecados na utilização dos cartões. E pasmem. Muitas das “denúncias” que foram feitas inicialmente, acabaram desclassificadas pelo próprio TCU. Que inclusive negou também a apresentação dos documentos sigilosos.
Infelizmente, tratando-se de política brasileira, nossos homens públicos ainda não se deram conta de que essas manobras ridículas e puramente eleitoreiras servem apenas para lançar mais lama na já desgastada e surrada imagem do congresso. Ao invés de buscarem soluções e meios para impedir os abusos e desvios; preocupam-se apenas com o imediatismo e com a constante busca da publicidade pessoal. A “lengalenga” e o “disse-me-disse”, não podem pautar o exercício da vida pública.
A você leitor, resta apenas lembrar-se desses senhores nas próximas eleições e mostra a eles que a porta da rua, é a serventia da casa.
E então, o que acha disso?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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