Você sempre teve vontade de ficar com aquele gato que entrou na sua sala. Ou então, você foi para a balada e rolou de conhecer um cara que fez o seu coração disparar. Então, depois de conversas daqui e de lá aconteceu de vocês ficarem, mas surge um outro problema: o que fazer no dia seguinte e como agir depois da primeira “ficada”?
Na opinião da psicóloga e terapeuta comportamental Márcia Luiza Trindade Corrêa, o “ficar” é uma forma de aproximação, o começo de um relacionamento, que pode ou não dar certo. “As pessoas ‘ficam’ para conhecer melhor o parceiro antes de tomar uma decisão tão séria, que é namorar. Os jovem que namoram levam muito a sério o seu namoro”, afirma Márcia.
Para a promotora de eventos Stephanie Alencar, 21 anos, ter relacionamentos extensos cria muita responsabilidade. “É muito mais fácil suprir as necessidades com uma pessoa que você nem conhece, que não fica te amolando, não dá satisfação. Acho que no fundo as pessoas têm medo de algo mais sério”, declara.
A estudante de agronomia Stella Vannucci Lemos, 18 anos, concorda que “ficar” é muito mais fácil porque não necessariamente envolve sentimentos. “Digamos que você ache uma pessoa atraente e tem vontade de beijá-la. Ao ‘ficar’ com ela, você tem a chance de ver se a relação tem futuro e daí fica bem mais fácil assumir qualquer coisa”, diz.
Segundo o escritor e consultor de relacionamentos Sérgio Savian, quando as pessoas “ficam” não podem achar que já se conhecem por completo. “O ‘ficar’ pode ser bom se você não tiver problemas em aprofundar a intimidade se sentir vontade. Quando acontece de ter este tipo de experiência amorosa com um amigo é preciso deixar as coisas muito claras desde o começo para evitar perder a amizade”, declara. “Conversar sempre é a melhor alternativa para se chegar a algum acordo”, diz a estudante e modelo Camila Judens, 18 anos.
“Um grande erro é quando dois amigos ‘ficam’ e mudam a forma de agir um com o outro só porque se beijaram”, conta a estudante de psicologia Letícia Carvalho, 21 anos. O operador de telemarketing Jefferson Magno Barbosa, 23 anos, também é da mesma opinião: “a única diferença na amizade depois da ‘ficada’ é que rola um carinho maior por essa pessoa, mas de resto nada deve mudar”.
Em situações em que as pessoas que “ficam” não se conheciam antes os especialistas e os jovens são unânimes em dizer: não adianta correr atrás de quem não está a fim. Para Jefferson Magno Barbosa, ficar ligando direto para a pessoa sem ter certeza de que rolou uma química pode “queimar o filme” de qualquer um.
“A insistência é o pior inimigo de quem está no começo de uma ‘ficada’. Acaba assustando as pessoas”, diz Stella Vanucci Lemos. Arrependimentos também não resolvem a situação depois de ficar com alguém. “Mesmo que você não tenha gostado, a única coisa a se fazer é tocar a vida para frente. Tudo nessa vida é aprendizado – se não foi bom não importa, muitas coisas boas estão por vir”, acrescenta a psicóloga Márcia Corrêa.
O que vale depois da primeira ficada?
– Agir naturalmente (no caso de o ficante ser do mesmo círculo de amizades)
– Dar dicas e indiretas de que você gostou do que aconteceu e que gostaria de repetir a “dose”
– Criar oportunidades para vocês se encontrarem e tentarem fazer uma segunda, terceira, quarta “ficada”
– Manter diálogo aberto e aceitar se a pessoa não quiser continuar a ficar com você
O que não vale depois da primeira ficada?
– Fingir que nada aconteceu
– Tratar mal a pessoa só porque não gostou dos beijos
– Falar que vai ligar e não ligar
– Usar MSN ou Orkut para falar mal da pessoa só porque você não gostou da “ficada” ou só porque ela não quer mais continuar com você
– Dar falsas esperanças
Serviço:
Márcia Luiza Trindade Corrêa – psicóloga e terapeuta comportamental
Endereço eletrônico: www.psicomarcia.net
Sérgio Savian – consultor de relacionamentos
Endereço eletrônico: www.sergiosavian.com.br
Fonte: Terra Jovem