ESN: 16675-080201-838850-87
“O caminho para o inferno é pavimentado por boas intenções”. Esse ditado popular pode muito bem descrever com toda coerência o que reflete o Estatuto da Igualdade Racial, proposto pela comissão presidida pelo deputado Federal Carlos Santana (PT-RJ).
Ao expor uma visão de mundo equivocada, retrógada e que mais parece movida pela sede de vingança, contra crimes cometidos pelos donos de escravos há duzentos anos, a comissão que elaborou e modificou o estatuto acabou criando um verdadeiro libelo ao racismo. Conforme minhas reflexões já mostradas no artigo (O Racismo, Os Negros, Os Brancos E Os Espertos), aqui no Visão Panorâmica; o que era para ser um documento que sedimentaria as importantes conquistas que baniriam para sempre qualquer possibilidade de que ideais e ideias racistas se instalassem e se manifestassem entre nós, acabou sendo transformado num fomentador do racismo e num documento que marca a volta, para a vida oficial de nosso país, do conceito da divisão por raças (algo que já havia sido banido desde o século passado).
Ao retornar com a determinação de que os cidadãos, desde o nascimento, tenham a sua cor da pele inserida em seus documentos, em suas fichas médica e em toda papelada relativa a vida de um ser humano, os nobres deputados pretendem reimplantar o conceito retrógrado e perverso de raças em nossa sociedade.
Além disso; pretendem, com a mesma linha de raciocínio equivocada, estabelecer que as oportunidades ao cidadão dependerão da cor da sua pele. Numa sociedade em que a realidade já mostrou que o preconceito mais intenso e mais preponderante na população é o social e que aos pobres (sejam eles brancos, negros ou de qualquer outra cor) tudo é negado “democraticamente”; estabelecer que apenas negros tenham oportunidades, além de ser um equívoco, criará uma massa ressentida pronta para ser inseminada com a ideia da revolta racial e do ódio aos “favorecidos”. Que, a exemplo do que acontece na Europa e nos EUA, será rapidamente apresentada e oferecida por algum “libertador branco” ou messias racista que se encarregará de obter lucro com o fomento do ódio racial e de explorar o sofrimento alheio.
Entender que, como pais predominantemente povoado por mestiços, estabelecer qualquer coisa pela cor da pele é errado e, acima de tudo, injusto. Somos todos brasileiros e devemos batalhar para que a integração e a evolução social estejam ao alcance de todos, independente da cor da pele.
Além disso, esse estatuto está colocado apenas como uma fonte de enganação e de dissimulação. Afinal de contas, ele não ataca os principais fatores que provocam a exclusão social e cerceiam as oportunidades para negros e brancos com igual intensidade: a péssima qualidade da educação pública.
Ao enveredar pelo caminho fácil (e eleitoralmente mais fértil) do estabelecimento de cotas, os deputados não resolvem o problema e criam um novo. Ao exigir que o cidadão se defina como “negro” ou “branco” para que lhe sejam oferecidas ou negadas oportunidades; eles querem dividir nossa sociedade (além do já estabelecido e real ricos e pobres) em “pretos” e “brancos”.
Por isso, mais uma vez solicitamos a sua colaboração para impedirmos que “o ovo da serpente” do ódio racial seja chocado e acalentado em nosso seio. Vamos banir de nosso meio definitivamente essa ideia idiota de raças. Envie a imagem que está logo no início deste artigo para os e-mais relacionados abaixo ou mande um recado claro a esses deputados para que não tragam para nosso meio a errada e injusta definição de raças.
O Brasil não é negro ou branco. O Brasil é verde e amarelo. É a mistura de cores, de corpos, de raças e de culturas que nos fez grandes. Somos mestiços e é nisso que reside tudo o que somos. Tentar separar isso, como se um lado pudesse existir sem o outro é um equívoco e uma grande mentira.
Mais uma vez, a Thaís do Blog O Mundo da Thaís é que propôs a campanha e elaborou a imagem. E no Twitter há uma tag (#racismo) para qualquer dúvida ou mensagem.
Os e-mails dos envolvidos diretamente na questão estão abaixo:
– Dep. Carlos Santana (Pres. da Comissão que propõe o Estatuto) – dep.carlossantana@camara.gov.br
– Dep. Michel Temer (Presidente da Câmara dos Deputados) – dep.micheltemer@camara.gov.br
– Dep. Onyx Lorenzoni (Se opõe ao Estatuto) – dep.onyxlorenzoni@camara.gov.br
– Dep. Antônio Roberto (relator da Comissão que propõe o Estatuto) – dep.antonioroberto@camara.gov.br
– Dep. Evandro Milhomem (Favorável à criação do Estatuto) – dep.evandromilhomen@camara.gov.br
– Dep. Abelardo Lupion (Se opõe ao Estatuto) – dep.abelardolupion@camara.gov.br
– Dep. Vicentinho (Favorável à criação do Estatuto) – dep.vicentinho@camara.gov.br
– Yvone Maggie (antropóloga da UFRJ que se opõe ao Estatuto) – webmaster@ifcs.ufrj.br
– Sec. de Combate ao Racismo do PT (Partido do Min. da Igualdade Racial, Edson Santos) – combateracismo@pt.org.br
– Sem. José Sarney (Presidente do Senado Federal) – sarney@senador.gov.br
– Presidente Lula – protocolo@planalto.gov.br
Caso algum retorne erro ou esteja bloqueado, entre neste link (Fale com o deputado) e envie uma mensagem de texto, aos deputados envolvidos e os do seu estado, solicitando a não aprovação do Estatuto da Igualdade Social como está proposto e que a exigência de que cidadão defina a cor da sua pele em documentos e em todos o serviços públicos que usar (saúde, educação, etc…) é um absurdo. Não queremos o racismo oficializado no Brasil, lembre aos deputados que não somos uma nação de “negros” e “brancos”; somos uma nação de mestiços e, além de tudo: Somos todos brasileiros.
Obrigado a todos.
Arthurius Maximus
No Tags
Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visão Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite através daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com