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A recusa da MP 446 que transforma em farra a roubalheira das entidades “pilantrópicas” que fazem a falsa filantropia e que engordam os bolsos e as contas bancárias de seus titulares com os impostos que deveriam investir na ajuda aos mais carentes; traz em seu cerne algo muito mais perverso do que apenas uma briga política entre governo e oposição.
Fora o absurdo de conferir ou renovar certificados que dão isenção de impostos e acessos a benefícios governamentais dos mais diversos para empresas que, sabidamente, estão praticando toda sorte de irregularidades e estão sob investigação da Polícia Federal já faz um bom tempo; a anistia promovida pelo governo Lula reflete o que sempre foi feito com os ladrões de dinheiro público nesse nosso Brasil.
A exemplo do que aconteceu com a SUDAM, com a SUDENE e com a LBA; famílias influentes e ligadas a políticos tradicionais e “respeitados” sempre estão ligadas a esses escândalos financeiros e fazem verdadeiras fortunas com o desvio de verbas e com a sonegação fiscal indiscriminada.
Como sempre, após serem “descobertas” por alguém da imprensa ou por terem se tornadas tão descaradas que é impossível manter “sob controle” o que anda acontecendo nessas entidades; o governo (seja ele qual for) opta sempre pela saída mais fácil e acaba com os órgãos e entidades arquivando todos os processos e dando uma anistia informal, para todos os malandros e picaretas, que mamaram nas tetas dos cofres públicos e acabam saindo ilesos de tudo. Muitos terminam como figuras proeminentes e aliados dos governos que realizam o fechamento dos órgãos como uma forma de agradecimento por terem saído ricos e ilesos de todo o mar de lama.
Basta ver quais finais tiveram as graves denúncias em relação a LBA no tempo de FCH; da SUDAM que envolvia a família Sarney e da Sudene que arrastava inúmeros políticos nordestinos conhecidos na lama da suspeita. Todas essas denúncias e falcatruas deram em absolutamente nada. O fechamento ou a extinção dos organismos foi o sinal de abafa derradeiro para varrer-se tudo para baixo do tapete e promover o esquecimento providencial que possibilitou a todos manterem “sua honra” e, é claro; suas fortunas.
O caso das falsas filantrópicas vai bem por aí. Muitos gestores envolvidos em escândalos e acusados de desvios de verba e de enriquecimento ilícito pela Polícia Federal; são políticos ou pessoas ligadas a políticos influentes e tidas como “de caráter ilibado”. Por isso, ao invés de investigar a fundo e de suspender todos os certificados preventivamente; opta-se simplesmente pela anistia informal a todos os malandros e safados que roubam dinheiro dos cofres públicos para enriquecerem. Com isso, as verdadeiras entidades que prestam um serviço relevante para a sociedade amargam com a desconfiança e com o concurso pelas verbas e patrocínios com as entidades ilegais. E, como muitas ilegais são dirigidas pelos “amigos dos amigos”; sempre arrumam uma gorda fatia do mercado e as que realmente lutam pelos assistidos acabam penando e dependendo de doações particulares para sobreviverem.
Entender que os ladrões do dinheiro público devem ser perseguidos e ter seus bens e fortunas penhoradas sem dó e sem piedade para repor o que roubaram é um pensamento que deve ser estimulado em nossas autoridades nem que seja a ferro e fogo. Pois nossos altíssimos impostos e as carências enormes que nosso povo pobre tem de passar advêm justamente desse imenso ralo que suga recursos gigantescos ano após ano. Se a cada roubo forem dadas anistias e benesses aos ladrões; como será possível acabar com isso?
Apenas um movimento organizado e uma cobrança popular eficiente será capaz de reverter esse absurdo e impedir as anistias indiscriminadas e os presentinhos de “pai para filho” que são costumeiros em nossa política. O tempo do coronelismo e do perdão já passou. Ao corrupto e ao aproveitador; apenas os rigores da lei e nada mais.
Pense nisso.
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