Vai uma “cervejinha” aí?
Com a divulgação de que a CGU (Controladoria Geral da União), no ano passado, demitiu 437 funcionários públicos por corrupção, favorecimento e diversos outros crimes; chega até nós um pequeno alento de que o Serviço Público pode sim, depurar os espertinhos e eliminar quem pensa apenas em engordar sua conta bancária.
Digo um pequeno alento; porque infelizmente na mente de grande parte dos homens públicos brasileiros, a noção de dinheiro e cofres públicos, ainda é insipiente. Para essa gente, se a coisa tem “público” no nome, quer dizer que não tem dono; que não pertence a ninguém. Por isso mesmo, acham que está lá abandonada e como bons cidadãos, querem imediatamente colocá-la sob sua guarda, visando um aproveitamento adequado. A verdade, porém, é bem outra. A “coisa” pública, nada mais é do que um patrimônio da nação. É algo que homens e mulheres construíram e pouparam ao longo dos anos e de muitos sacrifícios.
Desde que o “mundo é mundo” e o homem pisou na Terra, a corrupção e o mal caminham lado a lado conosco. A civilização e a vida em sociedade tornaram possíveis ao ser humano dominar o planeta. Para isso, a noção de que o bem comum é sempre prevalente a coisa individual foi o que nos manteve vencedores.
A face mais cruel da corrupção é aquela que se mostra nas pequenas coisas do dia, que poderiam ser facilmente contornadas, mas que se tornam questões de vida ou morte diante do toque da corrupção. Quando uma mãe, desesperada leva seu filho na madrugada até um hospital e lá chegando; não há médicos, equipamentos ou remédios. Quando o idoso, após trabalhar por toda a vida, tem que continuar trabalhando na velhice para não morrer de fome; pois a previdência não pode pagar um valor adequado. Quando você é assassinado nas ruas, por um meliante que acabara de ser detido; mas por “um acerto” com o policial, estava de volta a rua.
Infelizmente, pela matéria publicada hoje no Jornal Nacional, há ainda um caminho longo é tortuoso a ser percorrido. Apenas com a mudança da cultura de impunidade, uma justiça rápida, boas leis e punições eficazes; coisas assim serão reduzidas a um nível suportável. Enquanto estados e cidades, são campeões em problemas e carências, seus representantes desfilam em férias pagas com o suor do contribuinte. A cara-de-pau é tanta que, mesmo ante as imagens, o discurso não se altera: “Estávamos realizando um levantamento científico do potencial turístico do rio”. Diz o responsável pelo “estudo”.
Realmente, as imagens provam que os debates e os levantamentos locais foram intensos. Enquanto você vê o vídeo, pense quantos cidadãos locais morreram por falta de médicos, comida, saneamento ou por coisas facilmente evitáveis, apenas para que esses senhores e senhoras tivessem dez dias de sol, festa e alegria.
Bato sempre na mesma tecla, sei que corro o risco de parecer chato. Mas é a única e verdadeira saída. Temos que nos conscientizar de que a mudança deve partir de nós. Devemos mudar primeiramente nossos pensamentos e modo de agir. Só assim, as mudanças terão força e se estenderão como uma chama purificadora por todos os rincões de nossa nação.
Mude agora; ou você vai esperar que eles façam algo a respeito?