BOLÍVIA, LOUCURAS E TRAPALHADAS.

Evo Morales muda seus discurso.


Até que não demorou muito, mas “a ficha” parece ter caído lá pela terra da coca. Com a situação política degenerando-se para um conflito: Estados declarando-se autônomos e promovendo abertamente a desobediência civil ao governo central. Evo Morales, começa a perceber que as promessas de Hugo Chávez não passaram disso: Promessas.

Com a situação econômica também de mal a pior, com os investimentos no país parados e sem capacidade econômica para bancá-los, a Bolívia viu-se obrigada a rever sua posição radical socialista em relação aos conglomerados estrangeiros. Percebendo que bastaria uma centelha bem colocada nas forças armadas para que perdesse o país de vez; Evo tenta agora atrair investidores internacionais para minimizar os problemas que causou a economia boliviana. Com um discurso bem diferente do que proferia no início de seu mandato, ele agora diz que as empresas que investirem na Bolívia terão seus lucros garantidos e poderão esperar cooperação por parte das autoridades.

Como o apoio prometido por Chávez nunca chegou, os bolivianos se viram ante ao dilema de ver a economia do país estagnar-se; sem que sequer conseguissem bancar os contratos de fornecimento de gás (basicamente sua única forma de renda atual). A realidade de que um Estado pobre e sem meios tecnológicos, com baixa formação intelectual de seu povo e sem recursos financeiros não consegue “decolar” sozinho; assustou e fez com que Evo abrandasse o discurso revolucionário. Bem diferente de discursos anteriores, ele disse: “Nós sabemos que qualquer investimento tem que recuperar o que foi investido, e, não só, ter direito a lucros. Vamos garantir isso e respeitar qualquer empresa que queira estar aqui”.

Mesmo assim, o rápido socorro do Brasil e o anúncio de investimentos pesados por lá, deve ser encarado com ressalvas. Uma vez que estamos cometendo o mesmo erro de antes. No afã de posarmos como “amigos” e “aliados de primeira hora”, podemos meter os pés pelas mãos novamente e “jogar fora”, literalmente, um capital que seria muito melhor aplicado por aqui. Afinal, quem garante que, após se estabilizar, Evo e seus cocaleros, não irão rever seus discursos novamente. Fizeram uma vez, podem fazer outra.

No lugar de Lula, eu esperaria mais. Mesmo porque, se a situação na Bolívia vier a degenerar-se completamente; como ficarão esses novos investimentos? Tomaremos outro prejuízo? Investimentos de peso ficarão “a fundo perdido” para os bolivianos? Sempre escutei que “errar é humano; mas persistir no erro é burrice”.

Se o Brasil ficar numa situação difícil novamente em relação a investimentos feitos na Bolívia, seria um suicídio político para Lula. Pois é dele a pressão para que a Petrobrás volte a investir pesadamente no país andino. Garantias? Se considerarmos que antes elas também estavam presentes e de nada valeram; seria um verdadeiro tiro no pé a repetição da história.

E você concorda com o retorno de investimentos na Bolívia?


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