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Com a renúncia de Fidel Castro, encerra-se um ciclo de lideranças políticas carismáticas e de influência “além fronteiras”. Certamente, apesar dos erros cometidos e da controvérsia que gira em torno de sua atuação à frente de Cuba, Fidel foi sem sombra de dúvida um dos maiores líderes políticos que o mundo já viu.
Amado por uns, odiado por muitos, Fidel fez de Cuba um país referência mundial em medicina e esportes. Resgatando seu povo da escravidão em que vivia no antigo regime. A revolução cubana foi um marco no século passado. E é, ainda hoje, o último bastião do comunismo que tem alguma credibilidade política.
Hábil estrategista e figura humana magnética, Fidel cativou até seus maiores inimigos: Os EUA. Vários agentes da CIA enviados para assassiná-lo desistiram ou fracassaram em sua missão, muitas vezes levados pela aura que se irradia da poderosa figura. Inclusive, há o famoso caso da agente americana que se apaixonou por ele e desertou.
Como todo ser humano; deixou-se seduzir pelo poder e acabou transformando sua revolução em mais uma ditadura. Mas, mesmo assim, deixou transparecer sua engenhosidade política ao permitir que, mesmo sofrendo pesado embargo econômico, Cuba se transformasse numa referência em medicina e educação.
Infelizmente, figuras políticas como ele são difíceis e raras. Com seu afastamento, o mundo perde um pouco de seu charme e a política seu romantismo. Com seus charutos, sua barba e suas tiradas espetaculares; Fidel tornou-se uma referência para muitos. Inspirando até seus piores adversários.
Sem notar, transformou-se de um guerrilheiro mal armado em figura de projeção internacional. Ao derrotar os americanos no episódio da Baía dos Porcos (saiba mais), mostrou sua capacidade de estrategista e de guerreiro destemido. Pondo de joelhos e envergonhando a nação mais poderosa da Terra.
Mesmo sem concordar com algumas de suas posições políticas, devo reconhecer que o mundo fica um pouco mais pobre sem a figura de Fidel. A meu ver, Cuba tenderá a perder a direção e a evoluir para uma democracia mais aberta, ou descambar de vez para uma ditadura sangrenta e sem charme, como tantas que tivemos na América Latina.
Fica agora, a incerteza e o mistério do que fará seu sucessor. E de como se comportará o país que tanto amou e pelo qual enfrentou o mundo inteiro.
Para você Fidel: Vida longa!
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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