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Você acredita em meias verdades?
A verdade pode ter muitas versões, mas se resume a um fato. Se o fato aconteceu; ele é verdadeiro. Se não é falso. Simples e cristalino assim. Por isso mesmo, muitas vezes é fácil enganar alguém contando uma verdade. É isso mesmo. Você pode enganar uma pessoa, dizendo-lhe verdades. Um exemplo claro disso e abordado até num comercial maravilhoso pelo Estadão (se não me engado); dizia coisas maravilhosas que um determinado líder realizou por seu país. Ao final, a imagem apresentava Hitler e a frase de fechamento era: “É possível dizer um monte de mentiras; falando apenas a verdade”.
É claro, isso depende de sua capacidade de convencimento e de sua inteligência. Além de uma óbvia “cara-de-pau” que não te traia durante o processo de convencimento da “vítima”. Nesse quesito, alguns de nossos políticos podem ser considerados verdadeiros mestres.
Roberto Jefferson é um deles. Apanhado com as calças na mão e com a boca na botija, ao ter seu esquema de favorecimento e de “comissões” delatado “ao vivo e a cores” para todo o Brasil pela TV. Deu início a um dos maiores escândalos políticos do país ao “denunciar” o famoso “mensalão”.
Apenas os ingênuos e os que não acompanham as personalidades envolvidas há algum tempo, podem acreditar na absurda versão apresentada por Jefferson de que o esquema foi criado pelo PT.
Desde o fim da ditadura militar e, notadamente, após a esdrúxula Constituição de 1988; nosso Congresso é famoso por adotar descaradamente a política do “É Dando Que Se Recebe”. No governo Sarney, o absurdo era alardeado pelos parlamentares como se fosse algo natural e perfeitamente ético.
Um dos famosos utilizadores e incentivadores do esquema foi o governo de FHC. Casos estranhos como as privatizações. Onde bilhões arrecadados simplesmente desapareceram dos cofres públicos; ou neles nunca chegaram. Tiveram sua licitude garantida por um congresso que só não viu os absurdos que estavam sendo cometidos, porque não quis ver. Talvez a visão embotada por certos materiais feitos de celulose e tingidos de verde, tenha atrapalhado a observação de muitos congressistas a época.
Outro fato estarrecedor no mesmo governo; foi a aprovação da emenda que permitiu a reeleição de FHC. Até hoje mostrada como indicativo e exemplo de compra de votos. Portanto, acreditar que o PT tenha dado origem e nascimento a um esquema assim, é ridículo.
É muito claro que o partido apenas optou pela via mais fácil. Beneficiando-se de um esquema que já existia há anos. Roberto Jefferson que tenta a todo custo posar de “salvador” e de “denunciador do mensalão”, nada mais era que um simples beneficiário do esquema e um de seus incentivadores. Afinal, ninguém consegue comprar nada que não esteja a venda.
Sua fala rebuscada e sua voz estudada e totalmente falsa, exercitada e treinada em aulas de canto, é um escárnio constante para os ouvidos de quem acompanha, minimamente, a política nacional.
Sua tentativa infame e pueril de encarnar o “injustiçado” e o herói da pátria tenta apagar da mente dos brasileiros sua triste figura de político corrupto e traidor. Sim traidor. Pois entregou seus colegas de quadrilha. Afinal, Renan Calheiros, outro grande “herói”, avisou que se caísse, muitos cairiam com ele. E foi inocentado.
Desesperado, Jefferson esqueceu de “negociar” com seus iguais e apressou-se em delatá-los. Por isso foi punido exemplarmente por eles. Agora, tenta levar suas técnicas de impostação de voz e de canto para influenciar os juízes que o julgam como réu; que é o seu devido lugar nessa história sórdida e imoral. Onde “vossa excelência” passou a ser sinônimo de ladrão safado.
Infelizmente, sabemos que para muitos brasileiros, seu papel de “pobre coitado” colará. E que sua dinastia de parentes políticos (que nem usam seu nome), dará prosseguimento a suas práticas nefandas. Mas resta a esperança de que, um dia, o povo terá discernimento suficiente para atirar figuras execráveis como ele e sua corja, em seu devido lugar: O Ostracismo.
Com a palavra, você leitor.
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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