Qual a qualidade de nossos políticos?
Ano de eleição municipal. Ano de grandes receitas em impostos e outras fontes de arrecadação. Ano de superávit e economia de vento em popa. Ano de cofres abarrotados em uma cidade com muitos problemas.
Um administrador sério aplicaria esses recursos em saúde, habitação, segurança, saneamento, etc… Enfim, nas muitas carências que as grandes cidades brasileiras apresentam. Mas, o que fazem nossos políticos? Pensam em melhorar as condições de vida de seus eleitores a quem juraram servir? Claro que não. Vocês estão loucos?
Para que gastar uma fortuna abrigando e cuidando de miseráveis e fedorentos seres, que vagam pela rua mansos como carneiros, se eles podem gastar esse dinheiro em caixa com algo muito mais importante do que isso: Eles mesmos.
E foi exatamente isso que o prefeito de São Paulo fez. Com os cofres da cidade arrebentando de dinheiro, ele resolveu dobrar o orçamento da secretaria de comunicação. A mesma que cuida da propaganda da prefeitura (leia-se do prefeito). A desculpa apresentada é a mesma de sempre: “Houve muitas realizações que precisam ser comunicadas ao povo”.
Sinceramente, acho que o povo ficaria muito mais feliz se descobrissem essas melhorias e realizações ao entrar num hospital bem aparelhado e com atendimento eficiente e respeitoso. Se fosse retirado de sua favela alagada e lhe fosse entregue uma casa decente onde seus dejetos não tivessem que passar pela frente de sua porta, antes de mergulharem na vala que corre logo ao lado da casa. Que ele encontrasse a cidade limpa e os meios de transporte bem cuidados e as praças e monumentos sem pichações e mendigos.
Mas, ao mesmo tempo em que duplica as verbas para a autopromoção em um ano eleitoral, as verbas para as secretarias de trabalho, habitação e saneamento, tiveram os valores previstos no orçamento e disponíveis no caixa não aplicadas. Apenas na saúde o valor previsto foi gasto e houve um acréscimo ínfimo, em relação ao superávit.
A você meu leitor paulista, cabe lembrar-se dessas pequenas coisas quando chegar à hora de dar seu voto no final do ano. Lembre-se que o administrador e os políticos são tão bons quanto àqueles que os escolhem.
No Rio de Janeiro, o prefeito não tem mais como se reeleger (felizmente); mas deseja nomear seu sucessor. Sendo assim, ele demonstra seu interesse pela cidade que administra e o amor que sente pela terra que o projeta nacionalmente; abandonando-a exatamente em sua segunda mais importante hora: O Carnaval.
Sendo o segundo evento mais importante da cidade e que traz um faturamento, em impostos e divisas para o município, magnífico. Era de se esperar que o prefeito participasse do evento e estivesse presente para o caso de alguma eventualidade. Mas César Maia pensa diferente. Vai viajar para Paris e volta apenas após o carnaval. Não é ótimo.
A grande verdade, é que nossos políticos não dão a mínima para seus eleitores. Acostumados a amnésia boçal que toma conta da maioria dos eleitores após a eleição e a famosa política do “eu sozinho” que o brasileiro adota. Sabem muito bem que podem fazer o que quiserem, sem preocuparem-se com a mobilização popular. Mobilização essa, que só ocorre quando a grande mídia dá destaque a algo. Como peixes dourados gigantes, o brasileiro tem memória de três segundos: A memória de manchete.
Afinal, eles vêm da mesma sociedade. Trabalham ativamente para formar gerações de analfabetos funcionais, incapazes de interpretar textos e de entender o quão criminoso é o que fazem. Assim, basta chegar a uma favela, a uma comunidade carente ou a um lugar onde cultura seja apenas resumida a uma bunda rebolando ou coisas do gênero, para que eles encontrem o terreno fértil necessário ao seu sucesso. Assim, o próprio povo perpetua sua miséria e seus problemas. E o pior; tenta se eximir desse fardo com afirmações como: ”Eu não votei em ninguém”, “eu voto nulo” ou ainda, “eu não me interesso por política”. Mas não se preocupe; “eles” se interessam. E “muito”.
Enquanto esse pensamento e essa mentalidade persistir; nossos políticos serão sempre assim: Canalhas egoístas. Afinal, aqui como ali, as moscas são as mesmas; só muda a…
E você leitor, o que pensa?
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Post Original do Blog: Visão Panorâmica