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Todo mundo conhece o deputado Edmar Moreira. Ele é o famoso “Deputado do Castelo” e o título do meu artigo de hoje é em sua homenagem graças a uma das declarações mais idiotas e sem sentido que já ouvi um acusado proferir em sua defesa: “- Qual foi o erro em querer levar para minha cidade de origem um empreendimento hoteleiro que, se Deus quiser, ainda poderá dar emprego e renda a população? Quis o destino que o formato fosse um castelo, caiu no imaginário popular, mas poderia ser um iglu, ser piramidal. Mas foi um castelo, assim decidiram os arquitetos”.
Nada pode soar mais cínico, acusatório e ridículo do que uma declaração neste tom e com este conteúdo para um acusado de crimes gravíssimos e que está prestes a perder o seu mandato ou a ser repreendido por seus iguais (sem considerar que está em maus lençóis no STF).
Mas o artigo não será sobre ele. Será sobre alguém que tem nome de imperador e gosta de agir como tal. E, quem sabe agora, esse alguém chegará a conclusão de que era muito melhor ter copiado o amigo e partidário de Minas e ter construído um castelo também. Pelo menos, num castelo, ele poderia aproveitar alguma notoriedade por uma obra arquitetônica “sui generis”. Falo do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia.
A construção da Cidade da Música, uma obra completamente desnecessária e que deixou a cidade praticamente falida, já está rendendo ao ex-prefeito mais do que as simples acusações de corrupção e de desvios de verba comuns a qualquer político brasileiro. O Ministério Público encontrou fortes indícios de que “alguém levou algum” e está questionando, inclusive, a inauguração fantasiosa da obra promovida por César Maia as vésperas de deixar o governo carioca (e que custou uma fortuna aos cofres públicos) será cobrada judicialmente do ex-prefeito e de todos os seus asseclas que participaram da construção desse verdadeiro monumento a falta de necessidade.
O MP do Rio quer de volta cerca de um bilhão de reais que compreendem os gastos indevidos com a obra, as despesas da festa e ressarcimento por danos aos cofres públicos. César Maia se defendeu dizendo que vai processar o promotor do caso e todos que estão contra ele. Como no caso da epidemia de dengue (que matou centenas de cariocas) César Maia bate o pé e diz que a obra era necessária e que “saiu barato”. Resta saber porque depois do rio de Janeiro gastar mais de quatrocentos e cinquenta milhões de reais nessa obra, ela ainda é um esqueleto “um pouco rechonchudo” que não se pode aproveitar para nada.
Enquanto o município ainda deverá enfiar mais de cento e cinquenta milhões de reais (já se fala que deverá ser muito mais do que isso) para acabar essa obra “importante” e “necessária” na visão megalomaníaca de César Maia; os hospitais cariocas, as escolas e a cidade caem aos pedaços e agonizam afundados em problemas de toda ordem.
Como diria Edmar Moreira: “Antes tivesse construído um iglu ou uma pirâmide”.
A política de “Pão e Circo” tão aplicada por César Maia, finalmente lhe renderá alguns anos de inelegibilidade (se a justiça realmente funcionar e se o promotor continuar “metendo o pé). O melhor ainda é saber que todos os envolvidos na construção e no provável desvio dessa fortuna, seguirão pelo mesmo caminho e serão banidos da vida política nacional; mesmo que apenas por um tempinho.
Afinal de contas, neste caso, nada mais justo do que aplicar a César Maia o conhecido ditado bíblico: “Dai a César o que é de César”.
E, nesse caso, bem que poderia ser uma cela gradeada.
Pense nisso.
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