Lendo uma entrevista do Prefeito do Rio de Janeiro César Maia; ele revela seu desejo de concorrer a uma vaga de senador (Jornal Extra), fico estarrecido em vislumbrar a incrível megalomania e a total ausência de senso crítico que permeia a mente de nosso prefeito. Pelas declarações de César, fica claro o que se passa nas mentes de nossos políticos. Eles vivem num mundo à parte, alheios aos anseios da população e a margem do que seus eleitores querem.
Num determinado trecho, César Maia se vangloria: “- Mas eu gostaria mesmo é de ser lembrado como o prefeito da educação – diz, em meio à polêmica da aprovação automática dos alunos. – Segundo o IBGE, o Rio tinha 40% das crianças de 5, 6 anos fora da escola em 1991. Agora, são 6% ou 7%. É uma queda cavalar. Na educação, o trabalho foi mais profundo e é o que acho que fiz de melhor, mas a percepção não é esta”.
Numa análise superficial, diríamos que o prefeito teve muito sucesso. Afinal o índice de crianças fora da escola caiu de 40% para 7% em seus mandados. Como ele faz questão de afirmar. No entanto, trata-se de uma afirmativa falsa. Não quantitativamente; mas qualitativamente. Pois, as crianças que hoje estão nas escolas saem, em sua grande maioria, como se nunca tivessem estudado. Tal o péssimo nível das escolas municipais.
É patente que a qualidade do ensino caiu enormemente na gestão de César Maia. O simples fato de terem-se mais crianças nas escolas, nada significa; quando na verdade formamos e criamos uma legião de analfabetos funcionais. Crianças que chegam à oitava série e além sem que mal saibam ler e escrever. Isso traduz o motivo pelo qual, o senhor prefeito, luta tanto para conseguir a aprovação automática na rede municipal. Assim, não será mais necessária a constante abertura de novas vagas, através da construção de escolas. Pois, sem reprovação, as crianças evoluirão para a série subseqüente e abandonarão o sistema; mesmo que não saibam sequer assinar seus nomes. Assim, o municio consegue economizar uns cobres.
Um grande exemplo da administração César Maia, foi dado neste fim de semana. Quando uma criança, de apenas sete anos, morreu eletrocutada ao encostar-se num poste de iluminação na praça perto de sua casa. Poste esse, que há mais de um ano, é alvo de reclamações constantes dos moradores junto aos órgãos da prefeitura; sem que tenham tido qualquer atenção. Um detalhe: Outras crianças já haviam sido eletrocutadas no local e uma feriu-se gravemente.
Esse é um retrato do abandono, do descaso e de inúmeros equívocos, não reconhecidos, cometidos por uma administração relapsa e que despreza nossa cidade. A imagem de um homem que sonha apenas com o poder. E que agora, prepara-se para grandes obras as vésperas das eleições municipais do ano que vem. Um político que pretende nomear seu sucessor e abocanhar votos para suas próprias ambições políticas.
Cabe ao povo carioca, delegar a esse senhor o único posto que ele deve ocupar: O de político desempregado.