Você confia na polícia do seu estado?
Assistindo aos jornais de ontem (14/01) na TV, fui assaltado por uma notícia chocante: Em Pernambuco, uma criança de treze anos foi espancada até a morte por policiais militares enquanto participava de um bloco carnavalesco. Seu crime? Simples; estava próximo a uma briga. Se analisarmos mais detalhadamente o fato, ele deixa de ser chocante e passa a ser banal. Tenho certeza que, você leitor, ficou indignado com essa minha afirmação. Mas, eu explico:
Em média, um policial militar se forma após um período de três a seis meses de curso. Pegam um cidadão que tem seus problemas, defeitos e qualidades e, nesse curto espaço de tempo, julgam que ele está apto a tomar decisões em frações de segundo e que podem resultar na morte dele mesmo ou de outras pessoas. Armados e boçais, são incentivados a resolverem as situações que enfrentam no dia a dia das grandes cidades na base da violência e da truculência. Afinal, capitaneados por políticos que desprezam a educação e o esforço mental, esses homens desconhecem termos como perícia, investigação e resolução de conflitos. Sacarem suas armas torna-se o recurso adotado pela maioria para resolver desde a perseguição a um traficante; como a conter um cidadão exaltado que esteja desarmado.
Imersos num stress arrasador e convivendo com todo o tipo de elementos, tendem em suas mentes despreparadas, buscar a maneira mais fácil de solucionar qualquer problema: A intimidação e a violência. Uma simples observação do tumulto resultaria numa abordagem totalmente diferente. Se fosse realmente necessário; usar a violência. E, após a briga ter sido encerrada, recolheriam-se os agressores a delegacia ou debandaria-se os envolvidos. Mas, a opção tomada por eles, foi a de espancar a criança já caída que clamava por sua inocência e não representava qualquer ameaça, até que se calasse. Diante de seus familiares e de centenas de testemunhas.
Esse comportamento ressalta o caráter psicopata e a mente deturpada desses animais. Fonte constante de vergonha e repúdio da classe policial; em sua grande maioria formada por homens que dariam suas vidas por qualquer desconhecido. Essa situação reflete a má escolha de candidatos; passando por uma avaliação ridícula que muitas vezes, limita-se a um mero exame psicotécnico.
Verdadeiras bestas-feras sedentas de sangue, vagam pelas ruas de nossas cidades portando uma licença para matar. A situação de conflito não deflagrado em que vivem as metrópoles brasileiras, torna necessária a presença de um contingente cada vez maior de policiais nas ruas. De nossas autoridades, devemos cobrar uma tropa bem paga, bem treinada e bem preparada física, material e psicologicamente. E não um festival de psicóticos obesos e recalcados que andamos vendo por aí, dispostos a matar pela menor contrariedade.
Excluindo-se as unidades de elite, raramente nossos policiais são encaminhados a treinos de tiro e muito mais raramente ainda passam por avaliações físicas e execução de qualquer tipo de atividade que melhore seu preparo mental. Baixos salários aliados à tolerância com a incompetência fazem de homens despreparados vítimas potenciais e assassinos freqüentes. Exemplos pelo país não faltam. A pergunta a ser feita é:
Até quando?