25 mil tabaranas – uma espécie sensível, que só vive em águas limpas e com muito oxigênio
A qualidade das águas do Rio Tietê no seu trecho paulistano é péssima. No trecho mais limpo próximo da nascente, em Salesópolis, porém, o governo estadual promove o repovoamento constante de peixes. Entre 2002 e 2011, cerca de 120 mil peixes criados em cativeiro foram soltos no rio, número que engloba 25 mil tabaranas – uma espécie sensível, que só vive em águas limpas e com muito oxigênio – e 95 mil lambaris do rabo vermelho.
O objetivo do programa é garantir a existência dessas espécies no rio, pois são típicas da região, mas poderiam encontrar dificuldades de se reproduzir sozinhas por causa das cinco barragens que bloqueiam o Tietê nos quilômetros iniciais. ‘Essas são espécies que precisam subir o rio para desovar’, explica Marcos Daniel Renó Faria, diretor técnico do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e responsável pelo projeto.
Ele afirma que ainda falta ‘um longo caminho’ para que o trecho mais urbanizado do rio consiga receber peixes. ‘Provavelmente, isso vai acontecer com espécies como o bagre, que é mais resistente. Ainda falta muito’, afirma. Enquanto isso não acontece, os peixes ficam restritos ao início do rio. ‘Eles são espertos. Quando chegam próximos da área poluída, conseguem perceber a falta de oxigênio e voltam para o alto curso.
Salesópolis
O Rio Tietê nasce na Serra do Mar no Município de Salesópolis, no Bairro da Pedra Rajada, do litoral norte do estado de SP
Atravessa a Mata Atlântica e todo Estado de São Paulo, recebe seus afluentes durante o percurso, desaguando no rio Paraná. Salesópolis – o nome do município foi uma homenagem ao presidente da República, Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales.