“Recessão é quando a crise está chegando. É um momento em que alguns setores da economia vão bem, outros vão muito mal e, na média, o resultado é negativo. Em termos gerais, é uma piora no quadro de empregos”, explica Manuel Enriquez Garcia, professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da USP. Ou seja, também pode ser um dos sinônimos para crise, mas está ligada mais estritamente a um fenômeno econômico. Para determinar quando um país está em recessão, os economistas convencionaram que ele deve passar por dois trimestres consecutivos de queda na produção. Essa piora pode ser medida em termos físicos – por exemplo quantos carros deixaram de ser produzidos – ou então em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a riqueza produzida pela nação. “Se o PIB diminui em um trimestre em relação ao anterior e continua baixando, diz-se que a economia está em recessão técnica. É mais fácil olhar para a produção porque o emprego demora a cair, mas cai. Em um primeiro momento, o empresário reduz as horas extras. Se a demanda diminui mais ainda, ele começa a cortar o quadro de funcionários”, diz Enriquez. Por causa dessa relação com o emprego é que a recessão está diretamente ligada à população em geral.
O economista também afirma que, quando uma recessão é branda, as pessoas ficam desempregadas, mas por pouco tempo. Se é longa, pode-se ficar sem trabalho por longos períodos. “É o que aconteceu na Espanha. Em dois meses, dois milhões de pessoas perderam seus empregos. E o pessoal continua na mesma situação. Isso é uma recessão forte”, afirma Enriquez. Apesar de dados tão alarmantes, considera-se que a nação espanhola ainda está longe de se ver em uma depressão, que é caracterizada por um longo período de desemprego em massa, com baixíssimos níveis de produção e investimento. No Brasil, a recessão técnica anunciada no começo de junho ainda é branda e as previsões não são ruins. “Vamos ter um período de crescimento baixo nos próximos meses, mas ganharemos impulso na medida em que os Estados Unidos saírem da recessão – os índices dizem que a melhora deve acontecer no último trimestre. Vamos sair da crise mais cedo que os ricos”, aposta Enriquez.
FONTE: Revista Escola
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