Murilo

Obsolescência Programada



Muito se comenta hoje em dia sobre a velocidade imposta pelo capitalismo globalizante. Rapidez na informação, na geração de conhecimento (útil ou não), na produção, na consequente geração de lucros, no deslocamento de pessoas e da produção, e por aí vai.

Porém, essa velocidade dita como positiva para a sociedade, traz consigo um elemento que só vem a reforçar o desequilíbrio socioeconômico, que é a Obsolescência Programada (Planejada). Isto se caracteriza como sendo o curto tempo de vida útil de determinado produto, que pode ser devido ao seu próprio mal funcionamento ou então, e o que mais ocorre, na substituição por outro mais "moderno".

A cada minuto é lançado um produto novo que irá substituir outro produto que foi lançado no minuto anterior, com promessas de ser o top dos tops do modelo. Exemplos disto não faltam, como os celulares, computadores, aparelhos de TV e de som, automóveis, eletrodomésticos, etc.

Tornar o objeto de consumo rapidamento obsoleto passou a ser um estratégia das empresas para que seus lucros fossem cada vez mais elevados, visto que cada vez que um produto precisa ser substituído por ter estragado ou é lançado um novo produto que realiza as mesmas funções do anterior possuindo apenas UM elemento novo, a sociedade irá fazer o possível para comprar a novidade, consumindo em maior escala, gerando lucros proporcionais a quem possui os meios de produção.

E onde entra a desigualdade social nisto? Pois entra na crescente taxa de consumo. A sociedade cada vez mais consumista gera endividamento e geração de débitos na grande massa assalariada e proporciona lucros cada vez mais vultuosos a quem produz.

Claro que seria muito fácil falar que a solução é não consumir tanto, adquirir apenas aquilo que realmente necessitamos. Mas digo que é muito difícil tal feito, visto que somos seduzidos todos os dias com o marketing monstruoso desses produtos em qualquer tipo de mídia, seja TV, rádio, internet, outdoors, sinal de fumaça e o diabo a quatro.

Sem contar que há o vício pela tecnologia causado pelo uso, já nos acostumamos a possuir ou tentar possuir o que há de mais moderno, as novidades, os lançamentos. Tornamo-nos dependentes e reféns da tecnologia.

E realmente precisamos dessa tecnologia, pois muitas vezes nos auxiliam e melhoram as nossas vidas. Mas o que não pode é sermos transformados em meros objetos consumidores, como se fossemos máquinas de comprar, sem individualidades e sem vontades. Apenas consumidores.



Dica: recomendo a leitura de "Produção Destrutiva e Estado Capitalista", de István Mészáros.

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Torce e Distorce

Creio eu que já esteja mais do que provado o poder que os meios de comunicação possuem na formação do caráter de um indivíduo e, consequentemente, de uma sociedade.

Apesar de alguns afirmarem que a mídia não forma pensamento e que ela apenas reproduz o anseio social, eu ainda acredito que ela transforma o pensamento coletivo social.

Isso ocorre de inúmeras maneiras. Seja através de filmes, novelas, programas de auditório, músicas, comerciais, os famosos virais da internet e por aí vai.

Aliás, muitos julgam a internet como um instrumento de comunicação totalmente ileso desse tipo de influência. Mas sabemos que não é verdade visto que as mesmas artimanhas da mídia tradicional é transportada para a internet.

Exemplo disso são diversos blogs que são criados de maneira original e, com o passar do tempo, a única preocupação de seus criadores é conseguir anunciadores, falar bem de algo que nunca viu na vida, descolar uma pequena grana e ficar o rabo preso, se é que me entendem.

Mas, voltando a falar do poder de manipulação dos meios de comunicação, posto aqui um vídeo retirado do documentário "Manipulação de Massa", de Guilherme Reis, que mostra uma maneira simples de se manipular a opinião alheia. É uma espécie de pergunta certa e resposta errada (ou vice-versa) combinado com um bom trabalho de edição.




Mais informações na própria página do youtube.

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A volta dos que não foram





Começa o ano de 2009 e surgem as promessas, dos mais variados tipos.

Eu mesmo já fiz várias:
- Voltar a me exercitar decentemente;
- Estressar-me o menos possível;
- Terminar as diversas leituras que comecei;
- Aproveitar ainda mais a vida a dois;
- Mais diversão;
- E muitas outras que não lembro agora mas pretendo cumprir.

Outra promessa que não inseri aí em cima é a de voltar a postar neste meu estimado blog. Confesso que nos últimos meses a criatividade e a vontade de escrever aqui foram deixadas de lado, simplesmente sumiram, devido à inúmeros fatores advindos da vida profissional.

Sim, não sou "blogueiro" (odeio este termo) profissional, não ganho nada para expôr minha idéias, faço porque quero e gosto. Mas isso já são outros quinhentos.

Que este meio de comunicação sirva para explorar diversos assuntos que considero serem necessários para o exercício da crítica na sociedade. Claro que parece ser muita pretensão achar que através de um simples blog possa ser possível modificar o pensamento vigente e transformar as condições socioeconômicas em um modo de vida mais justo, igualitário e, acima de tudo, humano.

Mas não custa nada ao menos incitar a discussão, parar para pensar (ou ao menos tentar pensar), nem que seja para discordar.

Não importa qual é a idéia, o importante é ter uma.

Tirinha: Malvados

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