A Oi, antiga Telemar, fez uma proposta de quase R$ 5 bilhões pela compra do controle da Brasil Telecom. A megaoperadora resultante dessa fusão, caso ela ocorra, será controlada pelos grupos Andrade Gutierrez e Carlos Jereissati. O dinheiro para parte da compra seria proveniente do BNDES, e os fundos de pensão iriam aumentar suas fatias também. Para a operação sair, faz-se necessário um decreto presidencial alterando o Plano Geral de Outorgas, que não permite aos mesmos acionistas deter o controle de duas concessionárias. O governo já tornou público seu desejo de ver uma grande operadora nacional atuando com sócios estratégicos. Parece que vai conseguir isso, ou seja, o retorno da Telebrás. A operação é um escândalo do começo ao fim.
São estas coisas, vistas por muitos leigos como exemplo do capitalismo liberal, que perpetuam uma péssima imagem deste. A compra da Brasil Telecom pela Telemar, bem ao gosto do governo Lula, ansioso para resgatar a falecida Telebrás, não tem nada de capitalismo liberal. Está muito mais para mercantilismo, o câncer que assola este país. Não custa lembrar que foi a Telemar que transformou Lulinha, o filho do presidente, num milionário da noite para o dia!
* A holding Telemar Participações controla 53,8% das ações ordinárias da Tele Norte Leste Participações, mas somente 17,9% do capital total. Cada um dos grupos mencionados controla 10,3% da Telemar Part. A Tele Norte Leste Part., por sua vez, detém 81,9% do capital da Telemar, a operadora. Logo, através de uma conta simples, vemos que cada grupo em questão controla somente 1,5% do capital total da operadora (10,3% de 17,9% de 81,9%). Em outras palavras: colocando somente 1,5% do capital no negócio em si, esses grupos mandam na empresa!
Fonte = diegocasagrande.com.br por Rodrigo Constantino
Originalmente publicado pelo Instituto Liberal