O assunto pode já estar passado, mas ainda precisa ser comentado. O estupro é uma prática de violência grave, considerado um dos crimes mais violentos (crime hediondo – que deve ser entendido como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade).
As características comportamentais das pessoas que praticam este ato de violência poderiam ser analisadas por vários psicólogos a partir de diversas teorias, mas ainda assim ficariam alguns aspectos obscuros que não conseguiríamos explicar.
Não quero aqui analisar o perfil de um estuprador, de como sua psicose se manifesta, pois acho que mais importante do que isto, é analisar a condição de vida familiar e individual das pessoas envolvidas após os atos cometidos.
Referente ao caso mais recente, da menina de 9 anos que foi violentada pelo padrasto em Alagoinha (PE) é impossível deixar de se perguntar, como está a vida da mãe da garota? E a garota? E, sua irmã que não tem sido foco da história, mas também deveria ser analisada? Quem tem cuidado destas vidas?
A grande maioria das pessoas se preocupa em o que fazer com o acusado, quando o foco da história deveriam ser estas pessoas e suas relações familiares que foram destruídas e que não voltarão ao estado original. Se bem que, é quase provável que o estado original desta relação familiar já estivesse prejudicado.
Foi vinculada uma nota na Folha Online, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, de excomungar a mãe e os médicos que realizaram o aborto da menina. Isso significa que essas pessoas não podem mais receber a eucaristia ou outros sacramentos da Igreja Católica, entre eles o casamento; mas não há a proibição de participarem de celebrações da Igreja, como missas.
O padrasto foi preso e confessou à polícia que abusava sexualmente dela e da irmã mais velha, de 14 anos, que possui problemas mentais, há cerca de três anos, quando passou a viver com elas.
Segundo a mídia, Lula defendeu os médicos: “Não é possível permitir que uma menina estuprada pelo padrasto tenha esse filho. Até porque a menina que corria risco de morte. Nesse aspecto, a medicina está mais correta que a igreja”, disse o presidente.
Lula também falou sobre o caso durante a cerimônia. Para ele, o caso reflete um “processo de degradação da estrutura da sociedade”. Afirmando também que “isso é um processo de degradação da estrutura da sociedade. Se pai e mãe não estiverem bem, pode estar certo de que os filhos não estarão bem. Por isso, pai e mãe têm sempre que dar o exemplo de comportamento.” E, concluindo: “Se pai e mãe, então, estão desajustados, a tendência natural é passar o desajuste para a família, e aí a gente entra nesse processo de deformação da sociedade brasileira”.
Gilberto Dimenstein, que é colunista da Folha de S.Paulo, apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país, por suas reportagens sobre temas sociais e suas experiências em projetos educacionais, publicou também em 06 de março suas considerações sobre o caso. Gostaria de registrar suas palavras, retiradas do site Folha Online, na íntegra:
“Não sou religioso – e, ainda por cima, sou judeu. Talvez não seja o indivíduo mais recomendado para comentar a decisão da Igreja Católica de excomungar a mãe da menina de nove anos em Pernambuco e os médicos que fizeram o aborto –a menina, de 9 anos, estava grávida do padrasto. A excomunhão me parece um segundo estupro.
Apesar de discordar, posso entender que a Igreja condene o aborto. Até, fazendo força, entendo que condenem um padre, parlamentar do PT, que defendeu o uso da camisinha. São posições arcaicas e, na minha visão, prejudiciais à saúde pública, mas se inserem em princípios.
O que não consigo entender é por que estão humilhando e fazendo sofrer ainda mais a mãe da menina grávida, já condenada a um drama familiar –um sofrimento que se estende para a garota, que fica como filha de uma excomungada. Quem conhece a religiosidade do interior do Nordeste sabe o peso disso.
Faltou aí não só bom senso, mas humanidade. Duvido que essa seja a opinião da maioria dos católicos.”
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