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O caso do deputado Edmar Moreira (DEM-MG) e seu castelo, chega “ao fim” com o pedido de renúncia aos cargos de corregedor e de segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados. A saída da renúncia é a mesma usada por tantos outros que já se viram em maus lençóis, graças as suas “artimanhas” econômicas inexplicáveis. Normalmente, essa saída prova-se inteligente e de grande sucesso ao calar a imprensa imediatista e por fazer sumir, para baixo do tapete republicano, as óbvias indiscrições de seus “ilustres” protagonistas; encerrando de vez a temporada de interesse popular pelos casos.
Por mais estranho que possa parecer; a “peripécia castelar” do deputado Edmar Moreira não é a única a remeter o povo brasileiro à época medieval. No Rio de Janeiro, o eterno presidente da Câmara dos Deputados – Jorge Picciani – já se viu envolvido com denúncias de prática de escravidão em suas fazendas, ao ser flagrado por fiscais do Ministério do Trabalho. Ele não renunciou a nada. Mas, no país do faz de conta, bastou alegar que “desconhecia” a mão-de-obra escrava em suas propriedades para que tudo fosse esquecido pela imprensa e pela justiça.
Porém, triste mesmo é perceber que absurdos como estes são quase diários. Além disso, nosso povo mesmo tendo provas e visto que em diversas vezes a pressão popular teve um poder moralizador magnífico sobre as maracutaias e armações dos políticos; continua com sua passiva bovinidade ansiando pela próxima explosão de mamatas e fingindo-se de morto ao na cobrar a continuidade das apurações e as punições exemplares desses atos. Mais ainda; vota nas mesmas figuras, na primeira oportunidade que tem, e abre mão do poder de decidir o seu futuro por uma esmola qualquer, um par de sandálias baratas ou uma dentadura rachada.
A maioria; continua vassalo e escravo dos mesmos senhores que nos escravizam e nos usam apenas para enriquecerem e fazer os seus clãs prosperarem. Infelizmente, o brasileiro não se preparou para as responsabilidades que surgem junto com a liberdade e com o direito/dever do voto. Falta educação, instrução e visão. Mas, como o governo não fornece nada disso; é mais cômodo deitar em berço esplendido e dizer que nada pode ser feito quanto a isso. Entorpecem seus espíritos aceitando as esmolas que lhes são atiradas e vivem felizes por estarem enquadrados nos bolsas-qualquer-coisa e nas cotas disso ou daquilo.
Enquanto isso não mudar e as pessoas entenderem que o poder é de quem quiser fazer valer a sua vontade; e o ato de votar não se resume apenas a apertar alguns botões, num único dia a cada dois anos, nosso país continuará mergulhado na Idade das Trevas em que vive sem a possibilidade de evoluir e de se libertar desse marasmo e de seus castelos construídos com dinheiro mais do que suspeito.
Pense nisso.
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CASTELOS, VASSALOS, ESCRAVOS E UM PAÍS MEDIEVAL.
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