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“Uma nação forte é aquela que caminha com os olhos voltados para o futuro e o coração reverenciando o passado”. Não lembro quem disse isso; mas, certamente foi alguém que não era brasileiro. Afinal de contas nenhum outro país gosta tanto de viver no atraso e no passado, olhando e caminhando para trás, como o nosso.
Em uma nação onde não há guerras civis; conflitos raciais intensos ou disputas tribais carniceiras; era de se esperar que todas as mentes progressistas pudessem florescer e empurrar esse país para um futuro brilhante e repleto de oportunidades magníficas.
A coisa fica ainda mais estranha, quando percebemos que esse país é riquíssimo em minérios de grande valor econômico, petróleo, tem um capital humano vastíssimo e ainda é dotado de belezas naturais indescritíveis.
O que nos falta então? O que faz do Brasil um país que “não decola”? O que nos torna um mero “caranguejo manco” no cenário internacional?
Você, caro leitor, pode se apressar e disparar com a resposta mais óbvia: “Nossos políticos”. Mas, se analisarmos mais profundamente a questão, poderemos perceber que nossos políticos são o exato reflexo de nossa própria sociedade. A eleição de Sarney e Temer para a presidência do Senado e da Câmara de Deputados, respectivamente é a mostra cabal do que vai pela mente dos políticos e do desprezo que eles sentem pela vontade do povo que os elege. Desprezo esse, que é criado e fomentado pela brutal indiferença política de nosso povo e a certeza de que, façam o que fizerem, nenhuma “punição popular” cairá sobre suas cabeças.
Desde o último presidente militar, João Figueiredo, o MDB (hoje PMDB) exerce a dominância de poder seja qual for o regime que esteja no executivo brasileiro. Como maior partido da república, pela lógica; este partido deveria ser capaz de eleger quem quisesse em qualquer eleição majoritária. No entanto, seus quadros históricos e repletos de lideranças capazes de assumirem esse desafio; foram minados ao longo dos anos pela opção rasteira do fisiologismo. Transformando-se apenas em medíocres negociadores de benesses, dotados de pouquíssima penetração popular (nacionalmente falando) e prestando-se a negociatas para controlar os bastidores do poder através do domínio da máquina e de “arranjos” políticos.
A eleição de Sarney e Temer; nada mais é do que o ápice e o coroamento desta política, rasteira e improdutiva, que apenas atrasa o país e força nossa nação a manter-se presa ao ranço vergonhoso do continuísmo e da troca da competência pelo apadrinhamento. Como principais representantes desse atraso e dessas práticas espúrias, Sarney e Temer têm projetos pessoais limitados a satisfazerem suas próprias necessidades políticas e pessoais: Sarney deseja recuperar o poder e prestígio político perdidos no Norte do país pelas mazelas cometidas por sua filha. Temer deseja forrar a máquina com seus apadrinhados e obter do governo tudo o que puder até a eleição presidencial.
O governo, por sua vez, se vê tranquilo e feliz com a vitória de seus “aliados” mais dedicados. Pois sabe que a temporada de negociatas está plenamente aberta. O choque de interesses é tão poderoso que o PT sequer apoia seus próprios integrantes que disputaram esses cargos. O que poderia parecer estranho em qualquer outro lugar do planeta; aqui é simplesmente mais um capítulo na política do “toma lá dá cá”, que nosso presidente e nossos políticos tanto adoram.
Enquanto isso, o enorme caranguejo manco, continua seu inexorável caminho rumo ao atraso; até que, um dia, nosso povo compreenda que esse crustáceo só é bom na panela.
Pense nisso.
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SARNEY, TEMER, E O ESTRANHO CASO DO CARANGUEJO MANCO.
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