Imagine que você resida em um dos pontos turísticos mais procurados do mundo. Para o seu bairro, milhões de pessoas do mundo todo, dirigem-se ano após ano e deixam milhões de dólares em dinheiro, postos de trabalho e impostos. Imagine ainda, que sua cidade é eminentemente turística e desse setor depende grande parte de sua economia. Continuando com seu exercício de imaginação, forme a imagem de um lugar onde os índices de criminalidade são altos; e que a premissa básica é evitar-se ao máximo que os visitantes desse lugar fiquem expostos a essa violência.
O que você faria, se fosse o governante desse lugar; detivesse o controle das forças de segurança; soubesse que lá está uma das principais fontes arrecadadoras de impostos e de geração de empregos? Minimamente, você tentaria isolar essa área com um pesado policiamento, dia e noite, e cercaria de todos os cuidados a região; não é? Claro que sim; qualquer pessoa ou até mesmos os animais irracionais, sabe que proteger as fontes de alimento são essenciais à sobrevivência. Menos é claro os governantes do Rio de Janeiro.
Ano após ano, as principais entradas turísticas da cidade: Aeroporto do Galeão, Rodoviária; Dutra; e bairros turísticos são abandonados à própria sorte. E por incrível que pareça, justamente à noite, quando tradicionalmente os índices de criminalidade crescem em qualquer lugar do planeta, a polícia é retirada das ruas.
As alegações, como sempre são as mais ridículas. Se não há efetivo, por que se manter e estúpida escala de 24 por 72 horas de trabalho? Essa medida absurda e imbecil faz com que apenas um quarto do efetivo policial esteja “a postos” por dia. Estabelecendo-se um horário de 8 horas de serviço (um horário comercial) mais do que dobraríamos o efetivo policial imediatamente e sem gastar um único centavo a mais. Por que não se faz isso?
Simples: Letargia administrativa. Não querem atrapalhar e “bater de frente” com a gigantesca maioria de policiais e até de altas patentes que tem, na polícia, o seu “bico”; e como trabalho oficial as mais diversas funções imagináveis: De segurança patrimonial até a guarda-costas de traficantes. Sem dúvida alguma, mexer nesse vespeiro traria muita dor de cabeça para os políticos. E isso, eles não querem não. É muito mais efetivo para uma carreira política, enxugar o gelo da violência; mostrando para a classe média, média alta e alta, algumas cabeças decepadas de favelados e traficantezinhos pés-de-chinelo que nunca tiraram as cabeças para fora da favela.
É muito mais plástico e eficiente nas campanhas políticas, a imagem de um helicóptero mergulhando, morro abaixo, enquanto dispara rajadas sobre bandidinhos de segunda que correm. Que eles devam ter tratamento diferente? Nunca. Devem é morrer mesmo; de preferência aos montes. Contudo; a principal meta deve ser um controle da violência e o fim desse tipo de coisa. A maior prova de que o simples aumento de efetivo funciona e resolve o problema, são os grandes eventos: ECO 92; Cimeira; PAN; etc…
Na realidade não foi a simples presença do exército que calou a violência; foi o maciço aumento do efetivo de forças de segurança nas ruas. No caso da professora e do padre mortos ontem em Botafogo, tudo começou com uma blitz em plena Avenida Princesa Isabel em Copacabana. Onde os homens armados de fuzis, pararam carros à vontade para roubar; e de lá, partiram para Botafogo e, após cometerem esse crime bárbaro, rodaram por mais 12 Km até encontrarem uma viatura policial. E isso na ZONA SUL; em PLENA ÁREA TURÍSTICA da cidade. Imagine nos subúrbios e na baixada?
A mesma coisa aconteceu há pouco tempo atrás com o menino João Hélio. Até quando casos como esses e crimes bárbaros vitimarão pessoas inocentes e arruinarão a imagem de nossa cidade no Brasil e no exterior? Quando medidas simples e de fácil aplicação poderiam salvar milhares de vidas e solucionar um problema antigo. E o pior; sem gastar um único centavo a mais. A letargia de nossas autoridades incomoda, envergonha e enoja qualquer cidadão que tenha um mínimo de inteligência.
Com a palavra nosso governador Sérgio Cabral.
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