O prefeito de Osasco, Emidio de Souza, participou de uma sabatina realizada pelo Jornal Folha de São Paulo, na noite de terça-feira, 26 de junho. Acompanhado dos prefeitos de Santos, João Paulo Tavares Papa, e de São Caetano do Sul, José Auricchio Junior, eles responderam questões sobre administração pública e cenário político.
Saúde e Habitação foram os grandes destaques como áreas críticas e comuns entre as três cidades representadas na sabatina. “Precisamos de uma integração maior para resolver o problema habitacional. Desde que assumi a prefeitura, em 2005, entregamos cerca de 15 mil títulos de propriedade, promovendo uma grande ação de regularização fundiária. Além disso, a urbanização de favelas em Osasco tem acontecido como nunca aconteceu antes, porque não tratamos a urbanização com implantação de vielas, ou coisa do tipo. Meu conceito de urbanização é transformar a favela em bairro, de verdade, com casas de alvenaria, escolas, centro cultural e saneamento básico. É assim que eu faço em Osasco”.
Já na Saúde, Emidio elencou os progressos, mas salientou a dificuldade de se resolver esse problema, porque quanto mais se investe, mais se atrai pessoas buscando atendimento. “Contamos com um orçamento municipal, mas atendemos uma demanda regional. Quanto mais você investe, mais gente procura a rede, inclusive de outras cidades”. Os colegas prefeitos concordaram com Emidio e ressaltaram que os municípios não investem menos de 20% do orçamento na Saúde, e mesmo assim, não suportam a demanda. Osasco investe 35% na área. Além da grande demanda, Emidio lembrou que outras questões estão diretamente vinculadas à Saúde, de responsabilidade do Governo do Estado, e que precisam ser resolvidas com urgência. “O saneamento básico, que em Osasco é de responsabilidade da Sabesp, é um ponto que vem sendo cobrado da empresa desde o início da minha gestão. Não é possível falar de boa saúde sem tratamento de água e esgoto para toda a população”.
Outra questão muito debatida foi o problema da mobilidade urbana que, de acordo com Emidio, deve ser resolvida de forma metropolitana. “Não adianta as cidades pensarem em equacionar o problema do trânsito no seu território e transformar o do seu vizinho em um grande estacionamento ou em rota de fuga, porque com certeza, essa é uma solução que se esgotará em meses. É preciso pensar o problema como um todo, e acredito que o Conselho Regional Metropolitano seja um caminho para resolver essa questão”, disse. Emidio ressaltou que já adotou medidas para amenizar os congestionamentos em Osasco, como a restrição de tráfego de caminhões, por exemplo, e que considera a promoção do transporte público de qualidade uma das saídas para solucionar o problema. Perguntado se é a favor da implantação do pedágio urbano, o prefeito explicou que essa é uma medida extrema, e que acredita haver outras alternativas antes de se implantar um pedágio. “Ainda penso que podemos achar uma solução integrada entre os municípios. Algumas medidas não exigem investimentos, e sim, integração”, completou.
Assuntos como segurança e combate às drogas também foram abordados e, nessa área, Emidio falou sobre o que pensa sobre a ação da polícia militar em relação à Cracolância, em São Paulo. “O problema foi transferido de lugar. As pessoas não deixam de usar drogas porque não podem mais ficar nesse ou naquele local. Elas deixam de usar drogas com tratamento adequado. Considero essa ação um fracasso, e não sou a favor de transformar a Guarda Civil Municipal em polícia. Acredito que o papel da GCM seja o de ser o braço armado da fiscalização, e deve estar vinculado à vida urbana. A política de segurança do Estado de São Paulo precisa ser revista com urgência”.