Brasília – Pelo menos 70 pessoas morreram hoje (7) em novos confrontos na Síria, onde forças do governo e manifestantes de oposição se enfrentam desde março do ano passado.
A estimativa é que 30 pessoas tenham morrido apenas no distrito de Latamneh, na cidade de Hama. Segundo ativistas, forças do governo sírio atacaram Latamneh. Um vídeo revela que mais 13 pessoas foram mortas na cidade de Homs. No entanto, a informação não pode ser confirmada de forma independente.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou o governo sírio por lançar novas ofensivas militares.
O governo sírio havia concordado em cessar todos ataques até a próxima terça-feira (10). Segundo ele, a promessa feita pelo regime sírio não deve servir como “desculpa para continuar matando”.
O secretário-geral da ONU disse que “condena o ataque das autoridades sírias contra civis inocentes, incluindo mulheres e crianças, apesar do compromisso assumido pela Síria de parar de usar todo tipo de armamento pesado em centros populosos”.
O acordo de cessar-fogo foi mediado pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria. No entanto, a oposição síria, os Estados Unidos e outros países da região expressaram ceticismo quanto ao grau de comprometimento da Síria.
O aumento da violência tem provocado a fuga em massa de refugiados para a Turquia. O governo turco disse que pode precisar de ajuda da ONU para conseguir lidar com a situação humanitária na fronteira.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse que desde que o presidente sírio, Bashar Al Assad, aceitou a proposta feita por Kofi Annan, a quantidade de refugiados chegando ao país duplicou.
Em 36 horas, mais de 2,8 mil sírios passaram pela fronteira. Segundo Davutoglu, o número total de refugiados da Síria na Turquia já se aproxima de 24 mil.
Muitos dos que chegaram disseram que a violência aumentou. A oposição acusa o governo sírio de intensificar os bombardeios às vésperas do cessar-fogo. No entanto, o regime sírio diz que os manifestantes é que estão se tornando mais violentos, aproveitando-se da retirada de tropas oficiais de algumas cidades.