Rio de Janeiro – O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, garantiu hoje (4) que os policiais que atuam na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio, e o plano de pacificação da favela, onde moram mais de 100 mil habitantes, não serão recuados. A resposta foi dada menos de 24 horas após o cabo da Polícia Militar Rodrigo Cavalcante, de 33 anos, ser morto na madrugada desta quarta-feira (4), quando fazia patrulhamento na parte alta da favela.
“Tudo o que o inimigo da paz quer é que nós mudemos de estratégia. A nossa estratégia permanece. A Polícia Militar está lá. Nós vamos continuar nos posicionando da forma como estamos fazendo, na obrigação de apresentar pessoas presas como sempre foi permitido aqui e lá atrás. A mudança se dá dentro de um processo. Temos uma estratégia, não vamos recuar um milímetro ”, garantiu Beltrame.
Já o governador Sérgio Cabral afirmou que apesar das mortes ocorridas recentemente na comunidade da Rocinha, o processo de pacificação da favela não será adiantado. Segundo ele, antes de mais nada é preciso formar policiais para atuar nas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que será instalada na região. “Não adianta a gente querer correr. A gente precisa ter policiais formados. Nos próximos 15 dias tem mais quase mil homens sendo formados. Assim que formar a gente vai ocupar lá e vamos ocupar outras comunidades este ano ainda”, disse.
Cabral confirmou que os todos os suspeitos dos nove assassinatos corridos na comunidade nas últimas semanas, entre eles, o acusado de matar o cabo da Polícia Militar Rodrigo Cavalcante, já foram identificados pela polícia.
“Já estão identificadas as pessoas de todos os nove crimes. Tem saído ordem de prisão. É um trabalho que é permanente. Aquilo é uma cidade, então, cada vez mais, a gente vai ter que reforçar mais [o policiamento], entrar com mais segurança. Eu tenho certeza que a gente vai chegar ao final com a comunidade pacificada como a gente quer”, afirmou Cabral, acrescentando que, até o próximo final de semana, o número de policiais que farão o patrulhamento da favela será duplicado pela segunda vez e quase 700 homens serão responsáveis pela segurança da comunidade.
O governador do Rio disse ainda que é preciso tempo para afastar o tráfico de drogas da comunidade. “Essa guerra não se vence em cinco anos, foram muitos anos de abandono. Aquela é uma comunidade onde o tráfico tinha sua maior rentabilidade. Então você não vai afastar o tráfico rapidamente. Só vai vencer, quanto antes a gente fizer a ocupação com a UPP”,explicou.
Edição: Fábio Massalli