Então, antes das coisas nascerem o menino disse:
? Pai, pega aquela lua pra mim.
O pai ficou sem graça.
Os pais sempre ficam sem graça.
O menino, porém, continuou:
? Pai, a lua sorriu pra mim.
Aquela lua.
O pai sentiu um desconcerto.
A lua ficou sendo
enquanto os olhos do menino
restituíam a beleza:
a beleza primeira das coisas.
(Paulo Netho)
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