SANTA CATARINA, SOLDADOS, VOLUNTÁRIOS E UM CERTO TRIBUNAL DE CONTAS.

ESN: 16675-080201-838850-87



Dia desses estava dando uma lida nos blogs que acompanho e vi um artigo interessante no Blog Contraditorium do Carlos Cardoso (que dispensa apresentações); lá ele relatava uma série de ataques que sofreu ao divulgar que estava preocupado com os animais domésticos abandonados após o cataclisma que se abateu sobre Santa Catarina e repudiava os saques que vinham acontecendo por lá.

Muitos leitores defendiam os saques como uma questão de sobrevivência diante de uma calamidade. Mas o Cardoso era apedrejado ao relatar que os saques estavam se dando em produtos “alimentícios” do tipo Tv de Plasma; Bebidas alcoólicas e diversas outras tranqueiras de “primeira necessidade” que todo flagelado deve ter para sobreviver.

Pois é. A notícia que chegou ontem (15/12) até nós; de que soldados e voluntários civis estavam roubando os donativos descaradamente chocou a nação. Mas, uma importante pergunta deve ser feita: Realmente ficamos chocados?

O comportamento de alguns militares e voluntários de Santa Catarina pode muito bem ter um paralelo com o comportamento dos políticos em Brasília que não perdem uma boa oportunidade para abocanhar uma gorda parte dos recursos que nosso trabalho suado deixa, na forma de impostos, para os cofres do governo. Ao mesmo tempo; esse comportamento cruel e mesquinho é igualmente copiado por um certo Tribunal de Contas no norte do Brasil onde, mesmo após a determinação da mais alta corte do país ter sido proferida, seus membros continuam desrespeitando descaradamente a determinação judicial e sentem-se no direito de usufruir os benefícios de seu comportamento ilegal e imoral como se lícito fosse. Nas palavras do próprio presidente do Tribunal de Contas do Pará, ao ser inquirido sobre a devolução dos salários pagos indevidamente: “Não tem que devolver nada. O que é pra devolver? Não tem nada. Ele sai, no dia que ele sair acabou, simples”.


Realmente; é simples.

Nosso povo tem o furto, a apropriação indébita e a “vantagem” como um comportamento socialmente aceitável. Quando o alvo do furto e da “vantagem” são pessoas que sofrem ou que não podem se defender (o caso de Santa Catarina e dos pobres pelo país a fora) a crueldade da situação é sempre amenizada com a desculpa do comportamento generalizado ou a famosa frase: “Se eu não roubar; outros roubarão”.

Quando se trata de dinheiro público (o caso do Tribunal de Contas do Pará); nem são necessárias desculpas. O roubo e a ilegalidade são quase um sinal de status e de sucesso social. Pois, quando alguém consegue roubar “do governo” é porque está numa posição de destaque.

Esse comportamento mostra claramente como a sociedade brasileira está apodrecida e infiltrada por toda parte por conceitos equivocados e pelo desprezo ao ser humano. Roubar dinheiro público ou roubar donativos destinados a pessoas que perderam tudo que possuíam na vida; é um crime inominável porque estamos roubando as esperanças das pessoas.

O ladrão do dinheiro público rouba a creche, a escola, o hospital e leva milhares à morte por doenças ou por caírem no crime durante a infância sem apoio das instituições governamentais ou leva-os a morte pela falta de remédios, equipamentos e profissionais bem pagos nos hospitais públicos.

Nos acostumamos a nos indignar e a clamar por justiça e mudanças. Contudo, secretamente ansiamos por nosso momento de levar vantagem e de nos juntar a legião de pessoas de sucesso que roubam do governo ou de seus semelhantes.

Nossa sociedade chegou a tal ponto de corrupção que, uma pessoa honesta, se transforma em manchete de jornais e na televisão. Ao tolerarmos os pequenos furtos e os grandes roubos; damos um recado claro às futuras gerações de que o certo é “se dar bem”.


A coisa é tão arraigada em nossa cultura e em nossas mentes que muitos roubam sem sequer precisar do que roubam. O fazem apenas pela “emoção” ou pela “oportunidade”. Quando reclamos dos políticos corruptos; esquecemos que quem os colocou lá fomos nós. E, o principal, que eles são fruto de nossas próprias fileiras e não “entidades” vindas do além.

Mas, como mudar isso? Mudando a nós mesmos? Mudando a educação? Mudando o mundo passo a passo?

Sinceramente; não sei. Mas, seja lá como for, encarar essa mudança de frente será muito doloroso para nós.

Pense nisso.

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