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Todos sabemos que emprestar coisas para amigos é um gesto que pode provocar inúmeros aborrecimentos e até a perda da amizade. Quando essa “coisa” que emprestamos é dinheiro, as chances de um aborrecimento aumentam exponencialmente. Se nós somos o tipo de pessoa que “fica de bem com todos” e é considerado como “quase um irmão” então; as coisas estarão fadadas ao fracasso assim que a primeira palavra for proferida.
Sempre me debato aqui com a postura que nosso país toma em relação aos nossos vizinhos. Vivemos anos a fio amargando crises sucessivas e problemas financeiros dramáticos sem que qualquer um de nossos “hermanos” erguesse um dedo para nos ajudar em nada. Mesmo quando o Brasil pediu concordata e não pagou o FMI, sendo jogado num caos e num ostracismo econômico internacional sem precedentes, ninguém sequer deu um “tapinha nas costas” e disse: Aí Brasil; ensinou aos “gringos” como um país soberano age”.
O resultado de tudo isso foram anos de atraso, desemprego e muito sofrimento para nosso povo. Enquanto isso, nossos “hermanos” argentinos, uruguaios, Chilenos e etc… viviam suas vidinhas lindas e maravilhosas ou na mesma lama de sempre (de acordo com seus desejos).
De três anos para cá; quando passamos a gozar de uma certa estabilidade; mandamos o FMI às favas do jeito certo e deixamos a dívida externa no passado, muitos de nossos “hermanos” enfrentaram problemas econômicos gravíssimos e países antes prósperos como a Argentina e Uruguai chegaram até nós “de pires na mão”.
Mas nós somos “o bom irmão” e ajudamos a todos. Surgiu Hugo Chávez e com seu discurso populista antiamericano afastou todos os investidores de seu país e apenas das grandes reservas de petróleo da Venezuela era incapaz de resolver problemas de abastecimento e de investimentos em infra-estrutura. Lá vamos nós e damos um pouco de nosso dinheirinho suado para ele amenizar seus problemas e “tocar fogo no mundo”. Depois, a Bolívia (incentivada por Chávez) toma as refinarias e os campos de petróleo que construímos e prospectamos com um investimento de bilhões de dólares e com a cortesia própria de um elefante louco, ordena que as forças armadas tomem de assalto nossos investimentos e depois nos indenizam com menos de um terço do que aplicamos em seu país.
Como somos “boa gente”; não só aceitamos as migalhas bolivianas como injetamos e continuamos injetando mais alguns bilhões por lá. Afinal de contas, eles são como nossos amigos viciados que sempre precisamos ajudar para que não morram pelas ruas.
Aí, um dos mais distantes amigos e que quase nunca nos procura, o Equador, corre e pede auxílio ao irmão rico que trabalhou tanto para reformar sua própria casa. Ele, com pena e acreditando na sinceridade de seu amigo, empresta mais alguns milhões e acerta tudo com seu amigo equatoriano. Mas, depois de ter aceitado o empréstimo, concordado com os juros, gasto o dinheiro e construído um patrimônio muito bom; nosso amigo diz que éramos agiotas safados e que não pagará nada. Só que, ao invés de dizer isso cara a cara, ele abre a janela e grita bem alto para que todos na rua escutem.
Pois é, com amigos assim, quem precisa de inimigos?
O Brasil, graças a sua mania de bom moço e a visão equivocada de nossos políticos de que basta chamar-se de “companheiro” para que as portas (ou as pernas) se abram. O Equador acena com um calote e com um pedido de indenização na Corte Internacional de Haia contra o Brasil. Como se isso fosse pouco, Bolívia, Venezuela e Equador se uniram e contrataram o mesmo escritório de advogados americanos para, juntos, aplicarem um calote em todos os empréstimos realizados pelo BNDES para esses países.
O valor total do prejuízo, caso tenham êxito, será superior a dezenas de Bilhões de reais. Um dinheiro que poderia estar sendo investido aqui e gerando empregos para nosso povo. Enquanto Equador, Venezuela e Bolívia curtem uma farra com nosso suor; nós ainda teremos que gastar uma fortuna para tentar reaver essas importâncias.
O mais dramático e absurdo de tudo, é que nem depois disso, nosso país encerrou os investimentos nesses países. Enquanto queimamos nossas reservas e os recursos conseguidos duramente nos momentos de bonança; a crise avança sobre nós e esses bilhões que foram jogados na privada seriam muito bem-vindos em nosso mercado interno.
O importante é perguntar ao governo Lula, até quando continuaremos assimilando os golpes de nossos “amigos” sem tomar qualquer providência e ainda continuar financiando e investindo nesses países que são verdadeiros “amigos do alheio”?
Pense nisso.
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CRISE, AMIGOS E ALGO QUE NÃO SE DEVE FAZER.
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