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Mais uma vez nosso congresso nacional (assim mesmo em minúsculas); mostra claramente as sua garras negras e sujas repletas da imundície de corruptos e de políticos desonestos que teimam em impor sua vontade contra uma população inerte e adormecida que assiste a tudo impassível e satisfeita enquanto as maiores barbaridades são cometidas em nome de uma pseudodemocracia e de uma falsa ordem jurídica.
A absolvição do deputado Paulinho da Força pelo conselho de ética da Câmara dos Deputados, só causa nos brasileiros conscientes asco e repugnância sem igual. Aproveitando-se do desastre ocorrido em Santa Catarina e das atenções de toda a nação voltadas para esse momento trágico e dramático, nossos ilustres corruptos se uniram num acordo para absolver um igual.
As provas gritantes e o enriquecimento exacerbado que o deputado experimentou nos últimos anos não foram suficientes para que o conselho de ética enxergasse o óbvio. É claro que essa cegueira nada mais é do que um acerto providencial e cuidadosamente negociado para que muitos segredos e mamatas não viessem à tona. A exemplo do caso Renan Calheiros, Paulinho da Força é também conhecedor de inúmeros acertos e negociatas que rondam as consciências de muitos políticos que posam de bons moços e refletem aquela integridade radiante diante das câmeras de televisão.
A própria estrutura desse tão falado “Conselho de Ética” é uma piada na mais clara descrição da palavra. Sabidamente encabeçado por parlamentares com inúmeras denúncias e processos nas costas, o “Conselho de Ética” é apenas um estágio fictício para aqueles que tem um poder de barganha maior façam suas ofertas para que possam obter as benesses de seus membros.
Infelizmente, ignorar provas cabais e terrivelmente óbvias de enriquecimento ilícito, desvios de verbas de fundos tão importantes como o Fundo de Amparo ao Trabalhador e as verbas do BNDES que poderiam gerar milhares de empregos é, no mínimo, vergonhoso.
Enquanto temos de agüentar calados as comemorações e os sorrisos de alegria de uma corja de corruptos que se banqueteia incessantemente das tetas da nação e de nossos altíssimos impostos, percebemos com uma clareza triste e profunda que muito do que ocorre é fruto de nossa própria culpa. A famosa e cantada “absolvição das urnas” ainda é uma praga freqüente eleição após eleição e faz, de uma massa alienada e desligada da importância do voto, o principal ponto de apoio e a cabeça de ponte para a invasão desses corruptos nos cofres públicos de nossa nação.
Ver o riso vitorioso do corrupto enriquecido é levar um tapa na cara a cada vez que tentamos ensinar a nossos filhos o quão é importante ser honesto e trabalhar para um mundo melhor. O mal triunfa a passos largos em nosso país e as forças que poderiam detê-lo estão obliteradas pela inércia e pela mansidão bovina que toma conta de cada espírito justo em nossa pátria.
A pergunta que se ouve, timidamente, é uma só: Até quando?
Pense nisso.
Em tempo: Gostaria de agradecer os inúmeros e-mails preocupados e os votos de melhoras que recebi. Finalmente estou livre e recuperado da dengue e de uma quase pneumonia posterior. Como dizem por aí: “Para pobre, todo castigo é pouco.”
Um abraço.
A. Maximus
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ÉTICA, ÓTICA E A CEGUEIRA PROVIDENCIAL.
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