Por Adm. Marizete Furbino
“A chave do negócio é saber encarar a adequação às novas regras, não como uma crise, mas uma maneira de transformá-la num investimento”.
(Eyal Rudnik)
Em meio a este período “negro” no mundo dos negócios, onde nos deparamos com o turbilhão nas bolsas de valores, com o disparar do dólar, e vivenciando um momento recheado de demasiada incerteza, é exatamente diante dos efeitos negativos da crise norte-americana que devemos considerar importante repensar nossa postura diante deste cenário. Pode-se dizer que o que irá determinar se vamos nos submergir, ou se acabamos de submergir ou se emergimos e ressurgimos das cinzas, será nossa atitude.
Entretanto, observamos que para muitos a crise é sinônimo de um verdadeiro caos. Tais pessoas são inertes ao fato vivido, se tornam verdadeiros “parasitas”, deixando a situação chegar à ruína; por outro lado, observamos que para os mais inteligentes a crise se torna sinônimo de oportunidade, de aprendizagem, de superação, de desenvolvimento e de crescimento, uma vez que se cria uma saída. Para estes, mesmo diante da turbulência e vivendo o tempo todo sob a incerteza e sob muita pressão, sempre apresentarão atitude e postura otimistas, e isto contribui sobremaneira para que se aflorem talentos e habilidades, o que em momentos anteriores se encontravam adormecidos, encontrando assim diversas saídas e este é o caminho.
É bem verdade que se entrarmos em pânico diante de qualquer crise, não conseguiremos enxergar as saídas, não conseguiremos vislumbrar um futuro promissor e como conseqüência correremos o risco de entrarmos em um verdadeiro colapso e sairmos de vez do mercado. Além de ser preciso de maneira urgente e emergente que assumamos a responsabilidade, é preciso revisar conceitos, atitudes, comportamentos e procedimentos. Igualmente é preciso também que tenhamos sabedoria, paciência, criatividade, muita dedicação, ousadia, otimismo, determinação, perseverança, muito conhecimento e discernimento, para buscarmos soluções de forma conjunta, enxergando saídas, sendo pró-ativos, tomando as rédeas do nosso próprio destino, assumindo o seu controle, e assim, revertendo o “quadro” encontrado, superando a crise e dando a volta por cima.
Torna-se de fundamental importância retirar o foco do problema e migrar o foco para a solução do mesmo; assim, começará a enxergar que existe luz no fim do túnel e perceberá que diante de uma “tempestade” não se deve cruzar os braços, mas deve-se agir de maneira cautelosa e de forma inteligente.
Diante da volatilidade da bolsa em meio a esta crise norte-americana que assola todo o mundo, proporcionando uma crise de ordem global e que todos nós estamos enfrentando, o que se observa são, por conseqüência, tensão, turbulência e pânico no mercado financeiro, onde se verifica cada vez mais o aumento do custo do crédito para as empresas.
Diante de todo este cenário e do risco muito alto, devemos estar preocupados em traçar um bom planejamento estratégico para proteger o que já temos, optando em fazer investimentos conservadores, deixando de lado qualquer financiamento, mesmo que planejado para depois. Em um momento como este, contrair dívida poderá ser fatal; assim, avaliar os riscos e agir com cautela, avaliando os impactos das tomadas de decisões é o melhor que se tem a fazer, pois, sobreviver no mercado, fica cada vez mais difícil.
É de se notar que nunca ficou tão difícil alcançar resultados. Em meio a este “temporal”, reclamar de nada adiantará. O segredo é agir com muita disciplina, ousadia e vontade de vencer, mas agir em equipe e com os pés no chão, valorizando cada vez mais todos os colaboradores envolvidos. É bastante útil elaborar e colocar em prática um bom planejamento estratégico, através de uma equipe composta de multiprofissionais, envolvendo a área de marketing, área jurídica, departamento de pessoal, finanças, logística, comunicação, enfim, toda a área operacional, pois, este planejamento será de fundamental importância para a sobrevivência da empresa. É com essa sutil estratégia, que poderíamos chamar de “ferramenta-ouro”, poderemos enxergar os pontos vulneráveis e fracos da empresa, atuando de forma a atacar estes pontos fracos e a transformá-los em fortes, fazendo com que estes deixem de ser ameaças para a empresa e passem a constituir oportunidades.
Paralelamente é necessário reavaliar projetos que trarão para empresa resultado financeiro de maneira imediata, revendo contratos, reavaliando, além da saúde financeira da empresa, posturas e condutas, monitorando cada vez mais as ações, para assim ter maior chance de fazer a melhor tomada de decisão. Com todo esse arcabouço estratégico poderemos conseguir que nossa empresa não somente faça a diferença, mas permaneça perene no mercado e com solidez financeira, continuando assim, mesmo após a realização de “cortes”, a manter tudo funcionando de forma rentável em um ambiente cheio de turbulência.
De tudo o que foi visto, é de se concluir que o grande desafio é ter a serenidade e a sabedoria de aplicar a ferramenta correta ou estratégica para que o “vendaval” não nos atinja, permanecendo então com solidez no mercado até que outro alvorecer novamente nos traga os tão desejados “bons ventos”.