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Depois de um longo e tenebroso inverno, o inferno dos problemas com a Internet chega a um fim possível. Digo “possível”, porque a solução encontrada está longe da ideal; mas a alternativa seria ficar mais dias longe da rede e isso, provavelmente, acabaria com a morte do blog.
Voltei “ao ar” após cancelar meu serviço com o Net Vírtua e finalmente conseguir uma Internet 3G que se aproxime da ideia de uma Banda Larga (Já que a “banda Larga” Tim é uma piada). Mesmo assim, o “baque” é sentido com força; já que saí de uma conexão de 12 megas para apenas um mega de velocidade.
Contudo, enquanto a GVT não atende o meu bairro, ficarei montado na minha carroça e fazendo o possível para não deixar você, leitor, na mão.
Depois desse recado, vamos tratar do que interessa e refletir sobre a queda de Palocci e o que está por trás desse verdadeiro “déjà vu” em matéria de trapalhadas, falta de ética e cara-de-pau.
A “renúncia” (coloco assim porque sabemos que ele foi defenestrado pelo próprio PT) de Palocci é mais uma peça de ficção a se juntar à sinistra atuação desse senhor que, desde os tempos de Lula, sempre se vê envolvido em maracutaias.
Alguns leitores e outros articulistas disseram que o fato de Palocci ter aumentado seu patrimônio rapidamente e de forma estranha em tão pouco tempo não é um crime e que toda essa celeuma ao redor do caso seria um exagero.
Para os que pensam assim, respondi com uma simples questão: Se você, reles mortal, experimentasse um aumento de patrimônio semelhante, certamente veria bater às suas portas, fiscais da receita e, talvez a própria PF que desejariam saber a origem do seu dinheiro.
Isso tem uma explicação muito simples: O fato de declarar faturamento com uma empresa “X” e pagar impostos referentes a ele (além da renda de PF) não é indicativo da licitude e da origem de nada. Esse é simplesmente o principal objetivo da chamada “Lavagem de Dinheiro”. É exatamente assim que corruptos, bandidos e qualquer pessoa que tenha fontes injustificáveis de renda atua. Cria-se ou compra-se uma empresa e, de repente, todo aquele dinheirinho sujo torna-se límpido como um dia de sol, ao “jorrar” pelos caixas e pelos livros da empresa feita “sob medida” ou “recuperada” da quase falência.
Mas, para dizer a verdade, nem foi esse fato que levou Palocci a “renunciar”. A verdadeira face da “renúncia” não poderia sequer ser escondida pela piada de mau gosto, aplicada pelo Procurador da República, que “inocentou” Palocci; após concluir uma “investigação” em que as únicas provas foram fornecidas pelo próprio acusado. Ora; seria engraçado (até pela incrível semelhança do procurador com o humorista Jô Soares) se não fosse triste. Aliás, este mesmo procurador, foi o responsável pela absolvição, por falta de provas, de Palocci, no caso do Caseiro Francenildo Costa ao “esquecer” de mencionar em seu relatório de acusação o fato de que a quebra de sigilo do caseiro veio de um computador do gabinete de Palocci – fato que veio à tona recentemente.
O verdadeiro problema insolúvel veio ao conhecimento do público por esses dias e, mesmo com a estranha ausência dele dos noticiários das grandes emissoras de TV. Os possíveis desmembramentos imprevisíveis, advindos de um acirramento das investigações e de uma possível CPI foram a principal causa da queda de Palocci. Afinal, descobriram que o ministro adora uma laranjada.
Pois é. Longe dos problemas com o eu enriquecimento digno de um deus das finanças, os problemas de Palocci começaram a fugir do controle quando descobriram o proprietário do apartamento alugado por ele como moradia.
O apartamento luxuoso em um dos pontos mais eletrizados de São Paulo tem: três salas, varandas em sua volta, duas lareiras, churrasqueira, o condomínio custa 4.600 reais, o IPTU mensal é de 2.300 reais e o aluguel médio de um apartamento igual no prédio sai pela bagatela de 15.000 reais. Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas, acontece que o apartamento pertence a uma empresa paulista cujo proprietário é o empresário Dayvini Nunes.
O grande detalhe é que o dono da empresa, e dessa beleza de apartamento, é excêntrico e cheio de manias estranhas. Por exemplo: dizem que, por medo de sequestros, Dayvini deixa seu apartamento alugado com Palocci e prefere morar na periferia de São Paulo, numa casa caindo aos pedaços. Também pelo mesmo motivo, o empresário diz para todo mundo que é vendedor e ganha 700 reais por mês de salário. Não é incrível a sorte que Palocci teve ao achar um empresário tão cheio de maias assim?
O empresário é tão excêntrico, mas tão excêntrico que nem mesmo a empresa tem endereço fixo. Em todas as operações em que ela se envolveu – estranhamente acompanhando as idas e vindas de Palocci de Brasília até São Paulo e Ribeirão Preto – todos os endereços informados como sede da empresa eram fictícios, hospedavam residências e empresas diferentes. Não é legal? Uma empresa “nômade” e que se “move tão rápido”. Segundo o empresário, isso é para fazer os seqüestradores suarem.
Pois é. Mas, a pior mania de Dayvini não é o medo de ser sequestrado. É o medo e ser morto. Afinal de contas ele confessou ser apenas um laranja.
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A QUEDA DE PALOCCI, O ICEBERG E O FIM DO INFERNO.
