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Às vezes não percebemos a grandeza de determinados momentos quando eles passam por nós. Imagine daqui a duzentos anos quando um estudante em qualquer parte do globo ler um livro sobre nosso século; descobrirá que neste ano foi eleito o primeiro presidente negro da história de um dos países mais racistas do planeta.
Presenciar tal fato tem uma importância que nos escapa diante dos inúmeros problemas e atribulações de nossas próprias vidas. Mas qual de nós não se lembra do pouso do homem na lua? (Mesmo os que nem eram nascidos na época, como eu?)
A percepção de que, de uma forma ou de outra, nossas vidas foram tocadas por esses acontecimentos é algo que pode nos fazer pensar e buscar tirar lições importantes desse momento que será lembrado para sempre.
A história da humanidade está repleta de fatos que marcaram nossa civilização por milênios e milênios. Despertando o interesse e a curiosidade de estudiosos por gerações incontáveis. Momentos que trazem lições encerradas em suas próprias dinâmicas e que podem mostrar o caminho para a solução de problemas que afetam todas as sociedades.
Não apenas a eleição de Obama é um fato histórico deste tipo, como a própria essência desse momento particular da história da humanidade encerra demonstrações e lições que seriam de enorme proveito aqui mesmo; em nosso amado paraíso tupiniquim.
A derrota do racismo e do preconceito ridículo que rege a sociedade americana (e muitas outras), deveu-se a iluminação provocada por mentes atentas e participantes que simplesmente resolveram “dar um basta” em um determinado modo de pensar.
Se levarmos em consideração que os negros americanos ainda são uma minoria numérica; percebemos claramente que o voto de Obama veio de toda parte. Podemos perceber o toque pessoal e a maestria do estadista e, de uma forma importante, notamos a importância de uma sociedade engajada, atenta e ciente de seu poder e de como exercê-lo.
As comparações com nossa própria miséria política são imediatas, pertinentes e inevitáveis. Ver os comícios gigantescos, os jovens atuando de maneira pesada e totalmente engajada pela Internet e pelas ruas é algo que chega a provocar inveja.
Enquanto vemos pela TV jovens, idosos, grávidas e gente de todas as classes sociais e ocupações enfrentando a chuva, temperaturas negativas, neve e frio extremo para votar maciçamente numa eleição que “vota quem quer”; e vemos aqui pessoas que deixam de votar (mesmo obrigadas) porque a praia está imperdível, o sol está lindo ou o feriadão pede “aquela viajem”.
Por mais que você odeie os Estados Unidos e seja “vermelho” até o último fio de cabelo; é impossível não admirar o engajamento e a disposição de um povo para a política. Por mais que se ache incompreensível essa predileção e essa importância que eles dão a política; tudo fica muito claro quando se entende que, por lá, eles compreendem o poder que têm e sabem como exercê-lo. Voto a voto; cada cidadão pode mudar o mundo e imprimir aquele momento nos livros de história e fizeram com que ele viva para sempre.
Se tivéssemos metade do interesse político e da compreensão de nosso poder sobre os políticos e sobre os passos de nossa nação; nós sim é que viveríamos numa das maiores potências mundiais.
Mas, enquanto o pensamento de que política é chata; de que o voto nulo é o certo e uma “forma de protesto” e de que quem não vota não é responsável pelos desmandos dos corruptos; crianças morrerão por falta de médicos e políticos usarão a mentira como uma roupa nova e recém lavada.
Por lá; os americanos mudaram seu país e tentam resgatar o tempo perdido pela desastrosa administração de Bush.
Já, por aqui…
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OBAMA, A HISTÓRIA E AS COMPARAÇÕES INEVITÁVEIS.
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