Ribeirinhos do Pantanal Sul terão acesso às tecnologias da informação e comunicação

Os ribeirinhos se adaptaram ao ambiente onde vivem e dele retiram sua sobrevivência

As comunidades ribeirinhas do rio Paraguai de Porto da Manga e da Barra do São Lourenço serão beneficiadas com os programas de democratização do acesso às tecnologias da informação e comunicação (TICs), o que poderá permitir a inclusão dos ribeirinhos na sociedade da informação. É que nesses lugares o governo federal, através do Ministério da Pesca e Aquicultura, instalará o programa Telecentros-BR permitindo o acesso às redes, equipamentos e o domínio das habilidades relacionadas às essas tecnologias.

Os Telecentros serão instalados nas escolas municipais das comunidades e terão 10 computadores conectados a internet para utilização pública e gratuita com múltiplos usos, como navegação, cursos e outras atividades de promoção do desenvolvimento local em suas diversas dimensões, conforme prevê o edital de seleção pública que permitiu a escolha destas duas localidades.

Visitas

Técnicos do MPA de Mato Grosso do Sul visitaram os locais essa semana verificando as possibilidades para a instalação e conversaram com membros das comunidades sobre a gestão do Telecentro.

Na Barra do São Lourenço, a Secretaria de Educação de Corumbá reformará a sala onde será instalado o Telecentro adequando-a para a nova função. A escola tem sete computadores, mas apenas um funciona e o acesso à internet estava interrompido. Com a ida dos técnicos esse problema está resolvido. Agora vai ser formado um Comitê Gestor com membros da comunidade e das instituições parceiras como a ONG Ecoa, o MPA e a Secretaria de Educação que definirá o funcionamento do Telecentro.

A presidenta da Associação dos Ribeirinhos da Barra do São Lourenço, Joana Batista Gomes, está muito animada com a instalação do Telecentro. Ela disse que o Comitê será muito importante para o bom funcionamento do empreendimento e que todos os 40 alunos da escola poderão fazer as aulas de informática e terão acesso às tecnologias novas. Não tem ideia ainda de quantas pessoas de sua comunidade – em torno de 130 no total, frequentarão o local, aproximando-se da novidade. “Eu particularmente, estou muito ansiosa e feliz, pois terei vários dos meus problemas resolvidos”. Joana refere-se às questões de comunicação que poderão ser solucionadas com o acesso à internet, com a troca de mensagens e com o acesso aos portais dos órgãos que têm ações locais.

No Porto da Manga também a preparação do local, na escola municipal, está em andamento. O Comitê Gestor será formado por membros da Associação de Moradores local e com representantes das organizações parceiras que atuam nas localidades, como o MPA, a ong Ecoa, a UFMS, a Embrapa-Pantanal e a Secretaria de Educação de Corumbá.

Telecentros

No estado, através das parcerias do MPA e das Colônias de Pescadores já estão em funcionamento três Telecentros – Ladário, Mundo Novo e Três Lagoas; nesses locais, desde o ano passado, o MPA e o MEC, por intermédio do Instituto Federal do Paraná, realizam dois cursos para pescadores e aquicultores: Curso Técnico em Pesca e Curso Técnico em Aquicultura, com 115 alunos participando.

Até o fim do ano mais oito Telecentros deverão estar em funcionamento, incluindo estes do rio Paraguai.

Comunidades

Há diversas comunidades bastante antigas na região do Pantanal. Elas são formadas pela miscigenação de povos indígenas, negros e europeus. Os ribeirinhos se adaptaram ao ambiente onde vivem e dele retiram sua sobrevivência, mantendo o equilíbrio natural e acumulando conhecimento sobre seu habitat. Segundo a ONG Ecoa, em seu portal na internet, “apesar disso, ainda falta atendimento e acesso destas populações aos direitos básicos do cidadão como saúde, transporte e assistência social”. Uma das consequências é o êxodo rural, por isso as ações de diversas instituições governamentais e não governamentais são importantes;

A comunidade Barra do São Lourenço localiza-se na Serra do Amolar, na divisa do estado com a Bolívia e o Mato Grosso, na região do Paiaguás, 200 km, rio acima, de Corumbá. Tem mais de 150 anos, mantém relações com os índios Guató e com os turistas que passam por lá, para quem vendem iscas e o excedente da produção agropecuária e extrativista.

Já Porto da Manga fica a 60 Km, rio abaixo, de Corumbá e, embora com menos dificuldades que outras comunidades mais afastadas, ainda carece de diversos serviços públicos básicos, que possam cuidar da saúde, acabar com o analfabetismo entre os adultos, melhorar os locais de moradia e garantir saneamento básico (coleta de lixo, água).

Assessoria de Comunicação da Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura de Mato Grosso do Sul/MPA

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