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Minha mãe sempre dizia quando nos pegava falando mal de alguém: “É o roto falando do esfarrapado”. Usando esse ditado popular ela nos dava uma pequena lição de moral e nos ensinava a prestar atenção em nossos próprios defeitos antes de apontar os defeitos de alguém. Com isso, aprendemos a não só mostrar defeitos como tentar levantar proposições para repará-los e a entender que todos têm seus defeitos e cometem seus deslizes ao longo da vida. Afinal de contas se todos fossemos perfeitos o mundo seria uma maravilha e não o caos que é.
Mas, ao ver o debate entre os candidatos a prefeitura do Rio de Janeiro neste domingo (12/10); pude ouvir minha mãe claramente (mesmo já falecida) repetir seu ditado popular repleto de sabedoria. Fernando Gabeira e Eduardo Paes são frutos de um sistema político completamente viciado e que depende de mamatas e maracutaias para que seja levado adiante.
Gabeira, um elemento sempre ligado à luta esquerdista e ex-guerrilheiro combatente, vê-se obrigado a aliar-se com os neoliberais de FHC e com a turma de César Maia (um erro estratégico fenomenal). O prefeito do Rio de Janeiro é hoje um zumbi leproso que destrói toda a candidatura que toca. Odiado pela população mais esclarecida, César é para Gabeira o que Garotinho foi para Alckmin; o toque da morte.
Eduardo Paes foi um dos maiores e mais contundentes críticos do governo Lula e inclusive atacou o presidente pessoalmente (e ao vivo na TV) por ocasião da CPI do mensalão. Hoje, brada a plenos pulmões que é “amigo de Lula” e mendiga apoio desesperadamente para tentar alavancar sua figura sem graça e sem propostas que conseguiu chegar aonde chegou apenas graças ao “terror Crivella” e o horror que o carioca tem de ver os radicais xiitas da Igreja Universal no poder.
Juntar figuras politicamente apagadas e sem qualquer peso ou reflexo político de vulto rendeu um debate morno, chato e onde os candidatos nada apresentaram de positivo. Preocuparam-se muito mais em agredir-se e em justificar asneiras cometidas de ambos os lados do que, propriamente, apresentar propostas sérias.
Enquanto um tenta afirmar a todo instante sua independência do prefeito César Maia e conta com a pouca memória do eleitorado para esconder que, até bem pouco tempo, era apadrinhado do prefeito e seu “homem de confiança” (Eduardo Paes); o outro (Fernando Gabeira) tenta livrar-se da imundície nele atirada pela aliança com César Maia e com os partidos neoliberais.
A fala mansa de Gabeira e a clara imagem de “morador da zona sul” da qual, por mais que tente, não consegue se livrar e os ataques ferinos e irônicos de Eduardo Paes, um claro representante do fisiologismo e de tudo o que a mesmice e a má política tem a oferecer; deixam claro apenas uma coisa para o eleitor carioca mais atento:
Os nobres candidatos são chatos e vazios de propostas. Além disso, como minha mãe dizia: “É o roto falando do esfarrapado”.
Pense nisso.
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OS CANDIDATOS, OS CHATOS, OS VAZIOS, OS ROTOS E OS ESFARRAPADOS.
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