Em 1971, no primeiro dia em que pisei na Escola Municipal “Dr. Miguel Vieira Ferreira”, próxima ao Autódromo de Interlagos, e onde o Rubinho Barrichello estudou, uma freira apareceu para perguntar quem queria dar aulas do MOBRAL, em uma favela. Para mim, foi uma experiência fundamental para toda a minha vida e aprendi muito com aquelas senhoras e senhores que, depois de uma jornada estafante de trabalho, ainda encontravam forças para estudar à noite.
A bem da verdade é necessário dizer que, muitos deles, só receberiam uma cesta básica se freqüentassem a escola. E para conseguirem sobreviver, faziam esse sacrifício. E muitos conseguiram melhores condições de vida e se tornaram meus amigos. De certa maneira, estava na mesma situação deles, me adaptando à cidade grande e às duras condições de vida.
Naquela época, não podia imaginar que um dia iria trabalhar na equipe de Paulo Freire, experiência da qual muito me orgulho.
Quando abri o site “Todos pela Educação”, o que me chamou mais a atenção era o índice de analfabetismo de Ubatuba: 14,5 % em 2005. Na pesquisa eleitoral da Toledo, divulgada pelo Imprensa Livre, eles apontaram o índice de 18%. Provavelmente deve ser mais.
Dá para pensar no turismo como um fator de geração de emprego e renda com um nível tão alto de analfabetismo? Se queremos atrair turistas não só do Brasil como de outros países, o mínimo que se espera é o conhecimento de conhecimentos básicos de inglês.
A experiência tem mostrado que sol e praia não são suficientes para garantir um fluxo turístico que mantenha a economia local. Para se ter um turismo de qualidade durante o ano todo é necessário investir no turismo cultural e isso requer um melhor índice de alfabetização.
As análises que tem sido feitas sobre o desempenho educacional tem apontado como um dos fatores do melhor desempenho o nível de envolvimento da família. É lógico que os pais que são analfabetos terão muito mais dificuldade para poderem ajudar e acompanhar os estudos de seus filhos.
A nossa própria experiência tem mostrado que, devido às condições de vida e de trabalho, realmente há uma grande evasão dos cursos de adultos e que é necessário metodologia adequada, maior flexibilidade e oferta de horários e, de preferência, no próprio bairro onde moram.
Rui Alves Grilo
Assessor de Educação Popular
Associação das Escolas Católicas – AEC
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