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Sempre que falei aqui sobre o presidente da Venezuela Hugo Chávez, o pessoal que idolatra quem quer que seja que ofenda os norte-americanos, desceu o malho e choveram acusações de todo tipo.
Sempre me referi a Chávez como ditador. Muitos reclamaram e disseram que era um erro porque Chávez foi eleito democraticamente e, segundo diziam, isso não o qualificaria como ditador. Tal afirmação é um erro histórico grotesco provocado pelo desconhecimento e pela vontade de “bater” nos EUA. Pois, alguns dos maiores ditadores da história foram eleitos: Adolf Hitler foi eleito; Somoza foi eleito; Saddam foi eleito e reeleito diversas vezes; Robert Mugabe foi eleito e, só para não esquecer, nosso brasileiríssimo Getúlio também foi eleito e reeleito. Logo, ganhar uma eleição não é um atestado de retidão e nem garantia de democracia para ninguém. É, meramente, um retrato de um momento que pode ser modificado rapidamente; como mostram os exemplos citados acima.
Como eu ia dizendo; Chávez mostra sempre sua veia ditatorial assim que é questionado. Massacra com o peso do estado, que aparelhou dedicadamente, qualquer sinal de oposição que apareça contra seu governo. Gerando leis, decretos e outras medidas que permitem ao seu partido dominar completamente os meios de comunicação de massa e os centros de formação de opinião do país, como escolas e universidades; Chávez foi capaz de produzir uma assembléia legislativa quase totalmente fiel a ele. Além disso, indicando funcionários fiéis e seguidores ferrenhos para cargos estratégicos, praticamente blindou seu governo e suas decisões de qualquer entrevero legal.
A Corte Suprema Venezuelana, por exemplo, tinha vinte magistrados e Chávez nomeou imediatamente após a promulgação da nova constituição mais doze juízes especialmente fiéis a ele. O que, na prática, inviabiliza qualquer decisão da Suprema Corte que seja contrária ao governo. Além disso, pessoas não ligadas ao seu partido ou que tenham demonstrado discordar de suas opiniões ou de sua forma de governar a Venezuela, são sistematicamente discriminadas na hora de conseguirem benefícios governamentais que deveriam ser abertos a qualquer cidadão. Mais ou menos como se você tivesse assistência médica recusada ou o direito de abrir uma empresa negado porque não é filiado ao PT aqui no Brasil, por exemplo.
E, antes que me cuspam ou me ameacem, quero só dizer que a divulgação dessas informações não é obra minha. O responsável é, nada mais nada menos, que a Human Rights Watch. A organização internacional que vigia os abusos cometidos contra os direitos humanos no mundo. Mas aí, vocês poderão dizer que eles também são anti-Chávez e que fazem a defesa do “modo americano de viver”.
Pois é; certo é o Chávez.
Pense nisso.
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