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Finalmente depois de anos, sai a pronúncia do ex-deputado Roberto Jefferson e sua trupe de corruptos. Pegos num dos escândalos mais absurdos e descarados da história do Brasil; as gravações em vídeo revelando o esquema que arrecadava propinas milionárias, para financiar o enriquecimento de seus membros e os partidos políticos aos quais estavam ligados, deixaram o país estarrecido ante a facilidade e a desenvoltura com as quais os corruptos agem nas repartições públicas e nos gabinetes refrigerados.
As pueris tentativas de Roberto Jefferson de posar como “Grande Mártir da Causa Republicana” finalmente vão por terra, com o teor frio e realista do relato feito pelos procuradores nas peças que compõem a denúncia. Numa das passagens, o procurador ressalta: “A nomeação do denunciado Antônio Osório para o mencionado cargo de direção não almejava atender qualquer finalidade pública. Pelo contrário, o objetivo traçado pelo denunciado Roberto Jefferson, chefe da estrutura criminosa, era o delituoso levantamento de valores para o PTB. A ocupação do cargo, portanto, inseriu-se em um projeto de poder (manutenção e ampliação do PTB no cenário político) a ser financiado pela prática de crimes”. (O Globo)
Nada mais claro e correto. Inacreditavelmente, muitos brasileiros caíram no “conto do bom moço”, e vêem em Roberto Jefferson e sua prole política a salvação de nosso país. Descaradamente culpado e delatado por um dos cúmplices, Jefferson fez questão de jogar a lama de suas ações sobre culpados e inocentes. Com o único e claro objetivo de erguer uma cortina de fumaça, com a qual pretendia arvorar-se em defensor da moral e no personagem de um brasileiro valoroso, ao invés do que é realmente: Um criminoso da pior espécie. Pois, o corrupto, mata muito mais que apenas a dignidade de um cargo e a esperança de eleitores. O corrupto mata milhões que dependeriam das verbas que ele rouba. E é baseado nesse raciocínio, que alguns países condenam os corruptos à morte.
Mas, por aqui, ele pode ficar tranqüilo. Mesmo que seja condenado, seu processo poderá sofrer recursos que levarão anos para serem julgados e, uma brecha providencial em alguma lei, lhe trará o alento e a redenção que espera. Isso é claro, se não for “absolvido pelo povo” quando acabar o seu período de perda dos direitos políticos.
Sua defesa, ante as câmeras, continua a mesma: “É um pobre perseguido político por denunciar os poderosos”. Absurdos à parte; sabemos muito bem que, com essa ladainha, ele conseguirá encantar e ludibriar um bom número de brasileiros que se convencerão de sua inocência e de que ele diz a verdade. Sem memória e sem interesse, o eleitorado brasileiro continuará a mercê da sanha dos Jeffersons e de todos os políticos corruptos que se vestem de cordeiros mansos para abocanhar nossas vidas e nossos sonhos.
Pense nisso.
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