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Olá Leitor do Visão Panorâmica! Depois de algumas semanas de férias, onde me desliguei completamente da Internet para “dar um tempo” e curtir uns dias sem ter que chafurdar na lama da corrupção, dos desmandos e das coisas absurdas que rondam a política do nosso amado país (como se isso fosse mesmo possível); volto hoje com disposição renovada para travarmos novos debates e trocarmos ideias construtivas, críticas sensatas e termos aquele bate-papo lúcido que nos separa do fanatismo cego e imbecil.
Mesmo distante do blog; acompanhei todo o desfecho do governo Lula e a transição para o governo marionete de Dilma – tudo bem, você pode achar que já estou entrando “de sola” numa “voadora a lá Júnior Baiano” – que terá desafios hercúleos a superar e a missão quase impossível de não deixar o país naufragar depois dos quatro anos de fantasias, ilusões e encantamentos da “Era Lula”.
Se você acha realmente que o país está melhor do que na época em que FHC deixou o governo e entregou a faixa à Lula; você está enganado: Estamos na mesma situação perigosa.
É claro que a conjuntura é um pouco mais favorável e os índices sociais são infinitamente melhores. Mas, uma análise criteriosa, desapegada de ideologias e totalmente fria será capaz de mostrar que estamos em uma situação de perigo. E você, caro fanático petista, antes de me amaldiçoar; de me chamar de PSDBista ou de buscar meu endereço visando me assassinar; tenha em mente a seguinte coisa: Dilma e sua equipe sabem disso.
A preocupação do atual governo é tão palpável que “nunca antes na história dessepaís” um presidente recém empossado deixou de oferecer mundos e fundos aos seus eleitores. A cerimônia de posse e o primeiro mês de mandato; geralmente são usados para distribuir promessas e projetos que, na maioria das vezes, jamais sairão do papel. Foi assim com Lula, foi assim com FHC e foi assim desde sempre. Dilma, sabedora do que lhe aguarda, preferiu “ficar na sua” e anunciou timidamente o tal do PAC da Miséria e tenta, a todo custo, efetuar cortes dramáticos no orçamento fantasioso aprovado ano passado. Aliás, já começou bem escolhendo cortar na saúde e na educação; duas áreas onde estamos muito bem e não necessitamos de absolutamente qualquer investimento.
A verdade é que a tão falada “Herança Maldita” que FHC deixou para Lula foi tão usada como arma de entorpecimento das massas nesse fim de governo que ela acabou “gostando das manchetes” e resolveu se materializar.
Se você é um reles assalariado como eu; já percebeu que seu salário compra cada vez menos no mercado e é capaz de durar cada vez menos dias no mês. Também notou que a inflação está completamente fora de controle e, se você tem mais de quarenta anos, já viu esse mesmo filme no passado e sabe que o “bichinho comedor de salário” costuma agigantar-se de repente e sem aviso; devorando tudo o que vê pela frente.
Lula, para garantir a eleição de Dilma, usou e abusou dos cofres públicos em benesses, agrados, subsídios e tudo o que você possa imaginar para garantir a fidelidade dos “aliados” e arregimentar mais apoio na base do “toma-lá-dá-cá”. Ao mesmo tempo, a maquiagem de índices e todo o esforço contábil para criar-se um superávit fictício onde só havia déficit “realístico” transformaram as contas do país numa obra de ficção digna de Jorge Amado.
O resultado não poderia ser outro: A inflação oficial foi de pouco mais de 5% e a verdadeira inflação superou (e muito) os dois dígitos. Para que você tenha uma ideia, o IGPM bateu 11,5% (o que indica que a inflação real, não maquiada, foi bem superior). Lula deixa uma dívida pendurada superior a 135 bilhões de reais para Dilma e basta dizer que esse valor supera tudo o país investiu em algumas áreas de fundamental importância para nosso desenvolvimento. A FGV – Fundação Getúlio Vargas – divulgou uma prévia da inflação da primeira semana do ano e o índice apurado foi de 0.92%. Você pode achar pouco; mas, se multiplicarmos por quatro (quatro semanas no mês) veremos que esse índice projeta uma inflação de quase 4% em Janeiro. Isso é ou não alarmante?
É claro que esses índices refletem uma questão momentânea e serão profundamente alterados conforme as semanas se sucedam e as quedas de preços, provocadas pelas liquidações de Janeiro, sejam contabilizadas. Mas, levando-se em consideração que o país vem perdendo atividade industrial, a inadimplência da população cresce e nossas contas externas aproximam-se cada vez mais rápido de um perigoso déficit – nos deixando mais dependentes do capital internacional especulativo – podemos perceber que Dilma terá uma pedreira pela frente e que o populismo usado por Lula como arma eleitoral, se continuado, está fadado a lançar o país num caos econômico inimaginável.
Duvida? Veja como andam Venezuela, Paraguai e Bolívia.
O primeiro vive uma crise sem precedentes, miséria, fome e sofre com uma ditadura que se mantém graças aos valores que nós injetamos nos cofres venezuelanos, para garantir as benesses de Chávez aos seus apoiadores e a grana do petróleo. No Paraguai, o namoro bolivariano não durou nem até o fim do primeiro ano de mandato e Lugo amarga fracassos em todas as esferas de governo (menos no que diz respeito a receber benesses nossas). Na Bolívia, a economia está arrasada e a bravata da nacionalização cobrou seu preço final ao colocar Evo Morales de joelhos obrigando-o a rever a política petrolífera e eliminar os subsídios da gasolina e derivados. A reação popular foi tão violenta – foi chamado de traidor, neoliberal, etc – que Evo foi obrigado a voltar atrás em sua decisão, para não ser deposto ou ter que tomar providências mais duras para se manter no poder (esperando a derrota nas próximas eleições).
A coisa foi tão ruim que Evo “pedir penico” à Petrobrás e implora para que empresas estrangeiras voltem a investir na Bolívia – oferecendo garantias e seguros contratuais variados. Assim, mais uma vez, o tal do socialismo bolivariano (e populista) mostra que é um regime impossível. A única forma de manter-se o regime é pelo totalitarismo e pela imposição de uma realidade fantasiosa a uma população que sofre a falta de tudo.
E será esta a verdadeira “prova de fogo” de Dilma: Abraçar o populismo ilusório para manter o PT no poder ou garantir que o país volte aos eixos e não descambe para a realidade cruel que já experimentamos e nossos vizinhos agora saboreiam; correndo o risco de ser taxada de traidora e de ter o próprio Lula em seus calcanhares.
Pense nisso.
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