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É inacreditável como em nosso país, o crime, a corrupção e a má esperteza são elementos normais e corriqueiros na vida de muitos políticos e funcionários públicos. De maneira que parece quase fruto de um delírio esquizofrênico; as pessoas apanhadas praticamente em flagrante, posam de inocentes e proferem discursos repletos de indignação e comparam-se a figuras históricas que, por um motivo ou outro, foram perseguidos no passado.
A operação da Polícia Federal que levou para cadeia o Deputado cassado e delegado de polícia, Álvaro Lins. Revelou através de escutas telefônicas que o delegado e seus comparsas (vários elementos infiltrados na Polícia Civil carioca); juntamente com o ex-Governador Antony Garotinho, armaram um esquema de loteamento de delegacias e a venda de “salvo condutos” a bandidos e bicheiros puramente com o objetivo de arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais e compra de bens diversos.
O próprio Álvaro Lins, tinha salário como chefe de polícia de sete mil reais. Mas tinha gastos mensais várias vezes superiores ao que recebia mensalmente. Além disso, as gravações telefônicas não deixam sombra de dúvidas que um esquema criminoso foi montado e funcionava “a todo vapor” e com total anuência do ex-governador.
Chegou-se ao cúmulo de, durante a prisão de um bicheiro famoso, chamar-se um dos membros da quadrilha (um dos “Inhos”) para que comparecesse ao local e “tirasse uma foto” conduzindo o acusado (que havia sido preso por outra delegacia). Qual o objetivo disso? Simples. Assim que a foto foi publicada nos jornais; a quadrilha rival do acusado detido pagou uma “gratificação” de 300 mil reais. E não é só isso. Os próprios integrantes da quadrilha de Álvaro Dias começaram a brigar porque o boato na rua era de que havia recebido na verdade um milhão de reais pela “cabeça” do acusado; e os “Inhos” afirmavam que foram apenas 300 mil. Em várias outras ligações, o próprio ex-governador Garotinho aparece dando ordens e “mandando fazer”.
Ouvindo o discurso de Álvaro Lins, ao ser cassado. A única palavra que vem a minha mente é “nojo”. Talvez “revolta” também definisse bem o sentimento que me toma. Ainda mais, quando somos obrigados a engolir tipos como esses e, pelo simples fato de não terem ainda sido condenados em todas as instâncias, podem continuar usando e abusando do público e dos recursos que nossos suados impostos compõem.
Segundo Álvaro Lins: “- Os canalhas que se escondem nos porões da Polícia Federal tentaram me condenar. É desta forma que os cachorros estão trabalhando (…)” – afirmou Lins, que em seguida se comparou a Rui Barbosa, que também teria sido perseguido pela imprensa. – “(…) Quando a imprensa entra por uma porta, a justiça sai pela outra”.
Pois é, Rui Barbosa deve ter se revirado no túmulo e arrancado até o último fio de seu bigode. E, sem pestanejar ainda mandou essa pérola: “(…)- Não vai ser atirando um deputado aos leões que nós vamos calar esses porcos e cachorros. Eles não vão parar”.
Diante de tanta imundície, ainda resta engolir que a cassação só se deu por um verdadeiro milagre. Vinte e quatro deputados ainda votaram a favor de Álvaro Lins. O que mais espanta e enfurece, é que se valeram do covarde expediente do voto secreto para que seus nomes não fosses revelados.
A grande verdade, é que eles são muitos; estão bem organizados e se infiltram em todos os poderes, repartições e departamentos do país. Aqueles que poderiam nos auxiliar nessa luta são os que mais os defendem. E o pior de tudo; é que eles não se sentem ameaçados. Os Garotinhos estão com a corda toda em Campos e os asseclas e emissários que aqui deixaram; continuam a trabalhar com afinco para atingir seu nefasto objetivo. Agora, com a lei e a justiça ao seu lado; quem poderá impedi-los?
Pense nisso.
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