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Quem acompanhou o noticiário de ontem (15/07) ficou surpreso ao se deparar com a notÃcia do afastamento dos delegados que fizeram o brilhante trabalho de desmascarar um dos maiores esquemas de corrupção e de sonegação de impostos já vistos nesse paÃs.
Sem nenhuma sombra de dúvida, o fato do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ter sido colocado na “berlinda†pela população e por elementos do próprio Judiciário, influenciou na retirada dos delegados do caso.
As desculpas deslavadas de sempre, dizendo tratarem-se de “cursos†ou de procedimentos comuns na PolÃcia Federal são tão primárias e tão “oportunamente†colocadas que beiram a comédia de horrores.
Quem sabe dando-se um voto de confiança para as instituições democráticas brasileiras, podemos acreditar que a reunião entre o ministro da justiça; o presidente e o ministro do STF em nada teve a ver com a retirada dos delegados “loucos†do caso. Protógenes Queiroz (com um nome desses, tinha que ser delegado da PF mesmo) era declaradamente “temido†por seu caráter incorruptÃvel pelos acusados. Tanto é que foram efetuadas várias tentativas de retirá-lo do caso. Fica claro, para qualquer cidadão de bem, que o fato de Daniel Dantas ter informações de grande valor sobre possÃveis envolvimentos de altos funcionários dos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula em escândalos que fariam do mensalão uma verdadeira brincadeira de crianças; fez com que uma reunião emergencial de cúpula fosse organizada para “jogar uma água na fervura†e tentar acalmar os ânimos.
Bastou que Daniel Dantas insinuasse que “contaria tudo†em troca da delação premiada em sua segunda prisão que o castelo de cartas das nossas ilusões de moralização, desmoronasse ante o vendaval incontrolável da corrupção em nosso paÃs.
É estranho que nossas instituições estejam tão enfraquecidas que, mesmo após o ministro da justiça declarar que os delegados foram retirados das investigações por “vontade própria†e por â€questões meramente administrativasâ€; nenhum único ser pensante do planeta acredite nisso. O Brasil vive um momento perigoso e de aparente calma. Mas o sinal de alerta já deve estar ligado em muitos setores que não compactuam com o rumo que as coisas vem tomando. Esse episódio lamentável; em que o presidente da mais alta corte da nação; os deputados; os senadores e um grande número de autoridades ficaram irritados e ofendidos pelo fato de um homem que cometeu crimes inimagináveis em matéria de sonegação fiscal, desvio de dinheiro e corrupção de funcionários públicos; tenha sido algemado.
Aqui em nosso paÃs, a realidade está tão deturpada e corrompida pela institucionalização da canalhice e da deturpação e torção de valores de caráter que fica difÃcil entender e imaginar como pessoas como essas ainda sentem orgulho de suas posições esdrúxulas e insensatas.
As informações bombásticas que Daniel Dantas diz ter sobre “os grandes donos da moral†que habitam todos os partidos da República sem exceção; foram, com toda a certeza, o fator preponderante para as ações tomadas ontem. A própria situação do delegado Protógenes mostra isso claramente. Pois, para fazer o tal curso que possibilitaria a sua promoção ao cargo máximo da PF; ele teve que recorrer à justiça em busca de seu direito. Estranhamente AGORA, sai a decisão que o permitirá realizar o curso e que o afastará por trinta dias do caso. E, certamente temendo maiores desdobramentos (ou a total perda de tempo); ele solicitou que fosse designado para outra investigação após a conclusão do tal curso.
Infelizmente numa nação dominada pela letargia e alienação de seu povo; pelo oportunismo e descaramento das autoridades e da corrupção praticamente institucionalizada; ser um homem de bem, acreditar nas instituições e ter princÃpios; está cada vez mais difÃcil.
Mas, para nossos polÃticos, isso é apenas um mero detalhe.
E você leitor, o que acha disso?
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