ESN: 16675-080201-838850-87
A libertação de Ingrid Betancourt por tropas colombianas e, certamente americanas, foi mais um duro golpe nas já combalidas FARCs. Um exército narcotraficante composto em grande parte por pessoas que eram obrigadas a lutar sob ameaça de retaliações as suas famílias ou a suas cidades..
Com a morte dos principais líderes e a prisão de muitos outros, as FARCs perderam a capacidade de coesão e de planejamento. Sem contar que o apoio “secreto” de Hugo Chávez teve de ser “momentaneamente” suspenso, pelo simples fato de que a opinião mundial e as nações contrárias a Chávez estavam analisando cada paço do rotundo populista com microscópios. E, mais um “deslize”, que fornecesse maiis provas de que financiava os narcoterroristas; poria Chávez em maus lençóis diante da comunidade internacional.
Assim, da mesma forma que fez com o gordinho andino na Bolívia, quando as coisa começaram a engrossar por lá, Chávez optou por uma saída estratégica e “sartou de banda” com seu apoio financeiro e logístico as FARCs. O impacto nas células foi evidente. “Líderes” locais começaram a ser traídos e assassinados por seus “seguranças”, que desejavam embolsar a recompensa governamental e a possibilidade de anistia oferecida. Outros, menos graduados, simplesmente largaram as armas e foram para casa. Uma vez que foram recrutados à força no auge do poder dos “guerrilheiros”.
Como uma hidra sem as suas cabeças, a guerrilha colombiana começou a mirrar e a perder poder de fogo; militar e financeiro, A suspensão temporária do apoio logístico/financeiro de Chávez foi, sem dúvida alguma, a principal responsável pelo resgate bem feito de Ingrid e dos outros reféns.
Isso porque, sem a possibilidade e a disposição financeira de movimentarem-se e utilizar suas bases na Venezuela e no Equador, os guerrilheiros acabaram sendo facilmente dominados por soldados disfarçados de “visitantes”.
Agora, com a libertação do último grande trunfo em posse dos narcoterroristas, os reféns restantes (mais de 700) são apenas cidadãos comuns e que não terão o mesmo apelo político que a senadora tinha. O próprio Chávez sai grandemente atingido da história.
Em seu projeto de propaganda pessoal, vimos como ele se portou na fracassada tentativa de “negociação” para a libertação de Ingrid no passado, Chávez claramente desejava usar a liberdade da senadora como uma bandeira política e uma grande arma que mostraria as suas excepcionais qualidades de estadista e negociador.
Agora, ao invés de posar de “grande líder” como pretendia, limita-se a um lacônico parabéns ao seu maior inimigo político na região.
Ingrid Betancourt surge como uma verdadeira heroína nacional e uma fortíssima candidata ao próximo pleito presidencial na Colômbia. Resta saber se, depois disso tudo que passou, ela ainda terá estômago e condições físicas e psicológicas para agüentar mais essa luta.
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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