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Acompanhar o noticiário político chega a ser engraçado às vezes. Todos os que defendem a moralidade e acusam o governo Lula de corrupto; exigindo a instauração de “trezentas” CPIs para que assim possam mostrar as câmeras todo o seu civismo e sua moralidade no trato da coisa pública se calam. Isso mesmo. Todos eles, trinta segundos depois, calam-se e “esquecem” de seus apelos emocionados a moralidade e a boa versação de fundos públicos.
Parece até que verei Geraldo Alckmin pular da tela e, com dedo em riste, dizer apopléticamente: “De onde veio o dinheiro minha gente”. Mas estranhamente eles silenciam e suas vozes, antes altas e nervosas; agora são suaves e serenas.
O que será isso? Uma grande pacificação nacional em prol do bem-estar do povo e do crescimento do país? Claro que não. Esse comportamento meus caros leitores se chama “rabo preso”.
Bastou que Lula e seus discípulos sacudissem umas notas e comprovantes de cartões de crédito mais inexplicáveis que as tapiocas, para que a CPI do cartão corporativo acabasse numa grande e imensa pizza azeda.
Agora, no auge do caso da Varig, onde denúncias gravíssimas foram feitas e quando a oposição bradava a plenos pulmões que comeria o fígado de Lula e os rins de Dilma mais uma vez. Uma nova CPI devastadora que abalaria os alicerces da república é anunciada. Um fato interessante envolvendo a favorita dos tucanos, Yeda Crusius, que foi devidamente acusada de manter um mensalão no governo gaúcho a sepultaram.
O que não é nenhuma novidade. Ao contrário do que muitos pensam até hoje, o mensalão não nasceu com Lula. Ele foi fruto da inventividade e dos muitos anos de estudos de FHC. Que usou e abusou do recurso para garantir sua reeleição.
A corrupção e o mau uso do dinheiro público estão tão enraizados no âmago de nossos políticos, que eles se sentem ofendidos ao serem acusados de corruptos e verdadeiramente ultrajados ao serem flagrados em seus atos ilícitos. É quase como se apanhá-los roubando fosse algo vergonhoso para nós. E que o comportamento viciado que apresentam seja, este sim, o normal e aceitável.
Não acredita? Basta observar as declarações:
Yeda diz taxativamente que está montando um “gabinete de crise” para melhorar o relacionamento dela com os partidos. Mas e seu relacionamento com o povo que a elegeu? Dane-se?
Eles não estão nem aí para nós. O ex-governador Garotinho foi agraciado com uma nota de apoio do PMDB depois de ser flagrado, mais uma vez, pelas autoridades cometendo atos ilícitos. Como nossa justiça é uma festa para ladrões e escroques, ele e sua família posam de vítimas e de injustiçados. Enquanto sua voz está gravada nitidamente e para quem quiser ouvir; garantindo que seguirá os pedidos de punição feitos por Álvaro Lins, aos delegados que não contribuíam com a caixinha. Além disso, Garotinho sempre está às voltas com acusações das mais variadas. De crime eleitoral até desvios milionários de verbas. Contudo, graças ao nosso sistema judiciário célere; tudo ainda está “sub judice” e nada pode ser feito contra ele.
Se nosso povo reclama dessa situação caótica e desanimadora. Deve entender que ela se deve a sua própria culpa e participação. Pois submetendo seu voto a esses elementos sempre envolvidos com falcatruas e mamatas em troca de qualquer migalha ou de promessas mirabolantes; nossos eleitores deixam de ser fiscais e passam a ser cúmplices dessa gentalha. É necessário entender-se que a corrupção é algo inerente ao ser humano. E não é uma sigla ou uma agremiação que deterá a égide suprema da honra e a retidão. É sim o eleitor que pode depurar e eliminar dos partidos, sejam quais forem, esses canalhas e aproveitadores.
Só com uma maturidade política, uma participação mais efetiva e uma seriedade própria na hora de digitar seu voto é que nosso país se libertará desses crápulas aproveitadores. É preciso que você leitor entenda: Sem sua participação; nada mudará. E que, ao se vender por agrados momentâneos para essa gente; você continuará abrindo mão de um futuro brilhante para você e para aqueles que ama.
Pense nisso.
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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