“… jamais foi o preferido pelos generais de plantão no Palácio do Planalto.”
“Paguei alto o preço de ser rotulado como o candidato dos militares sem nunca tê-lo sido.”
“… Maluf se coloca como um ignorado pela ARENA, legenda criada pelo governo militar…”
“…no fundo desejavam me humilhar…”
“…Fui vítima de muitas injustiças…”
Nessa entrevista ele fala sobre o livro que está lançando no qual tenta explicar para a população, segundo a matéria, que não tinha nada a ver com o regime militar e que foi injustiçado nos crimes dos quais é acusado.
Essa matéria de 6 páginas foi publicada faz umas 2 semanas e fala sobre outras coisas sobre o Maluf.
Sinto-me enojado e revoltado com o tom dado a matéria pela revista. Como disse um amigo meu, foi uma matéria criada para “levantar a bola” do entrevistado que está entrando em ritmo de campanha eleitoral, visto que pretende se candidatar à prefeitura de São Paulo.
Os fatos citados por ele em momento algum foram questionados. Ele fala que foi “usado” pelo regime militar, que previu o futuro em negociatas e que este seria o motivo de sua riqueza, diz ainda que a sua prisão e de seu filho ocorreu apenas para humilhá-lo, que não haveria justificativa para serem presos.
A imprensa deve, com toda certeza, informar e transmitir os fatos com toda a lisura e transparência. Mas isso não quer dizer que não deva questionar e contextualizar a informação que recebe ou que consegue.
No caso da matéria aqui por mim citada, me parece mais uma troca de favores, ou rabo preso quem sabe. Além da ausência de questionamentos, percebe-se uma ligeira admiração ou concordância com as palavras do personagem central da matéria. Isso sem contar as poses para foto batidas “naturalmente” no seu humilde lar.
Até nem vou falar mais sobre isso, já dei muita moral para ele.