ESN: 16675-080201-838850-87
Normalmente em países ditatoriais, as autoridades que estão no poder usam a força para se manterem no topo e continuar gozando das prerrogativas do cargo executivo. Em regimes “democráticos” como a Venezuela, os políticos que chegam ao poder, se seduzem com ele e armam verdadeiros malabarismos legais para continuarem ocupando o cargo máximo do país “eternamente”. Assim, eleições são realizadas e mantém-se o status de “democracia”. Contudo na prática, o governo passa a ser uma ditadura pessoal. Normalmente esses regimes acabam mergulhados em sangue.
A incompetência das oposições locais em vencer a máquina estatal, por comodismo ou pura falta de talento; dá a esses governantes a sensação de que podem ocupar seus cargos até que a morte os leve. Como diz o ditado: “O poder corrompe. E o poder absoluto corrompe absolutamente”. Isso é uma das grandes verdades políticas.
É estranho que, mesmo no auge da ditadura, em nosso país isso nunca tenha acontecido. Os governos militares sempre tentaram desmoralizar a oposição esquerdista promovendo “eleições”. A alternância do poder, mesmo sendo uma farsa, transferia um ar de “democracia” a mais cruel ditadura. Assim fizeram Saddan Hussein, Idi Amin e muitos outros. A eleição se inicia com a reeleição do ocupante do executivo ou a eleição de seu “discípulo” já assegurada.
Com a “tomada de poder” promovida por Chávez na Venezuela e o domínio completo da assembléia nacional, tornou-se para ele fácil implantar um sistema político “democrático” que o permite reeleger-se ”ad eternum”. Tais manobras foram adotadas pela vizinha Bolívia e já mostram seu incrível poder de sedução em terras tupiniquins.
O PT, certo de que será impossível encontrar um nome para substituir a altura o presidente Lula; inicia um conjunto de manobras (primeiramente esporádicas) para que o presidente possa se reeleger mais uma vez. Com a repercussão negativa desses entendimentos, já se fala em uma proposta para “estender” o mandato presidencial atual por mais um ano.
Estranhamente, Lula é contra as duas hipóteses (pelo menos, é o que declara). E ontem (08/04) afirmou categoricamente que “romperá” com o PT caso o partido insista na idéia de um terceiro mandato. Resta-nos saber se essa convicção e coerência de princípios perdurarão com a aproximação do fim de seu governo. A popularidade alta, os aplausos do povo e a constante bajulação dos aliados; pode dar a Lula à estranha idéia de adotar as mesmas práticas que seus colegas da Venezuela e da Bolívia. Afinal; o “povo” é quem decidiria.
O PT declara abertamente que não tem quadros para apresentar um candidato. Todos os possíveis sucessores são, sistematicamente, bombardeados pela oposição e por denúncias (verdadeiras ou não) de corrupção ou irregularidades. É patente, até mesmo nas eleições municipais, que o PT sofre de uma profunda falta de talentos e líderes carismáticos. Os nomes se repetem de forma enfadonha e improdutiva. Não houve preparação e nem renovação por parte da cúpula do partido. Resta saber se a agremiação “sobreviverá” na era “Pós-Lula”.
Restam ainda dois anos para que Lula e CIA limitada consigam encontrar um nome carismático e que possa fazer frente aos candidatos da oposição. Afinal, quaisquer que sejam os “frutos do mar” servidos; a verdade é que não dá para engolir uma Lula requentada…
E você leitor, o que pensa disso?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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