ESN: 16675-080201-838850-87
Quem poderia acreditar que um país altamente fechado, em relação ao direito de expressão, pudesse sediar um evento tão importante como as Olimpíadas?
Quem poderia acreditar que um movimento tão ativo, repleto de celebridades mundiais, ficaria calado e perderia a oportunidade dourada de mostrar-se para o mundo todo?
Parece que apenas os burocratas chineses acreditaram nessa “estória da carochinha”. Afinal, num evento como esse; a comunidade internacional olha o país que o sedia com atenção redobrada. Qualquer problema ou situação, considerada corriqueira no dia a dia, transforma-se imediatamente em crise.
Nos países orientais, é comum que pequenas falhas e problemas sejam encarados como fontes de vergonha e reprovação nacional. Por isso mesmo, os grandes desastres e outras convulsões sociais eram “varridos para baixo do tapete” e as notícias da ocorrência desses fatos levavam dias ou, até mesmo, meses para chegarem até nós.
Mas hoje, com a popularização dos meios eletrônicos, satélites, acesso a Internet fácil, barato e portátil; isso é quase instantâneo. Por mais que autoridades totalitárias procurem inibir a propagação das informações, elas “navegam com a velocidade da luz”.
Assim, de nada adiantou a burocracia chinesa espalhar ao mundo que os protestos acabaram no Tibete e nem que havia “paz” nas províncias. Até mesmo a farsa armada para que a imprensa internacional viajasse por um “mar azul”; fracassou miseravelmente ante a aparição heróica de um bando de monges budistas “enlouquecidos”.
As olimpíadas nasceram na terra que foi o berço da democracia e da liberdade de expressão. Sua força histórica é carregada de simbolismos que, mesmo no mundo fútil e demagogo de hoje, fazem com que os homens procurem evoluir e encararem o fato de que são simplesmente humanos; e, por isso mesmo, falíveis.
Tais eventos deveriam ter como requisito base para os países candidatos a sediá-los a total liberdade de expressão de idéias, pensamentos e vontades. Assim, evitar-se-iam seu uso político e as tentativas patéticas e fúteis de “tapar-se o sol com a peneira”. Uma nação como a China não pode, sob nenhum aspecto, sediar um evento que tem como idéia principal à liberdade e a confraternização humana. Pois não pode haver uma sem a outra.
Claramente “um prêmio” pela abertura econômica de um mercado gigantesco e faminto ao capital internacional, as Olimpíadas foram usadas como moeda de troca junto ao governo chinês. Mas as pessoas não são burras. A consciência mundial não pode ser manipulada pelo Estado Totalitário, pela burocracia e pelos interesses econômicos internacionais. Mesmo que a opinião pública mundial seja inerte em muitos momentos. A desgraça e a violência sofrida por semelhantes em qualquer parte do planeta (vide os desastres naturais recentes e passados e a situação de genocídio e fome na África), despertam sempre a comoção e a mobilização do “cidadão comum” espalhado pelo globo. Muito mais ainda, quando a figura carismática e sedutora de um personagem como o Dalai Lama é o porta-voz oficial de um movimento libertário.
Infelizmente o governo chinês, como faz qualquer regime totalitário, achou que a força e o “peso” de sua máquina repressora seriam capazes de abafar o clamor e o sofrimento de uma nação.
Mas, pelo jeito, fracassaram miseravelmente.
E você leitor; qual a sua opinião?
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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