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O estado de Mato Grosso tem tudo para se tornar um grande produtor de pescado em cativeiro. Uma das iniciativas importantes para que este objetivo seja atingido está sendo promovida pelo governo federal, através do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Este ministério contratou, no primeiro semestre deste ano, estudos para a demarcação e a implantação de parques aquícolas no reservatório da hidrelétrica de Manso. A hidrelétrica está localizada nos municípios de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia, às margens do rio Manso, no Alto Pantanal.
“Os trabalhos em Manso devem estar inteiramente concluídos em meados de 2011, mas pelo menos um dos parques aquícolas deste reservatório estará em condições de produzir ainda este ano”, assegura Marcelo Sampaio, diretor de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União do ministério.
Nos parques aquícolas de Manso os peixes serão confinados e criados em tanques rede. A atividade gera de duas a três safras por ano. A retirada dos peixes, quando prontos para o abate, chama-se despesca. São vantagens de se produzir peixe em cativeiro a produção contínua, já que não existe período de defeso; a elevada produtividade, com a obtenção de duas a três safras por ano; e a menor pressão sobre os estoques pesqueiros dos rios e mananciais.
A demarcação e a implantação dos parques aquícolas em Manso estão sendo conduzidos pela empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental LTDA, de Santa Catarina, e envolvem desde aspectos sócio-econômicos à definição da capacidade máxima de produção. Os estudos, orçados em R$ 959 mil, passam pela indicação de espécies de peixe adequadas, pela análise da qualidade da água e pelo levantamento da profundidade do reservatório, lembra o superintendente federal da Pesca e Aquicultura de Mato Grosso, Valter Santana.
A empresa Eletrobrás Furnas, que administra a hidrelétrica, está colaborando com o projeto pesqueiro através do fornecimento de informações já consolidadas sobre o reservatório.
No momento, o Ministério da Pesca e Aquicultura destina aproximadamente R$ 16 milhões à demarcação e implantação de 25 novos parques aquícolas no País. Os estudos de Manso estão demandando R$ 1 milhão.
Outros reservatórios em Mato Grosso também poderão produzir pescado no futuro.
Precaução ambiental
O governo federal destina menos de 1% da lâmina d’água dos reservatórios para a implantação de parques aquícolas, para não causar impactos ambientais e favorecer outros usos, como o transporte. Apesar disso, a produção de pescado no reservatório de Manso deverá ser elevada. A atividade irá gerar centenas de empregos e favorecer a atração de empresas para o fornecimento de ração, para o beneficiamento do pescado, e ainda para o transporte e a comercialização.
Estratégia de produção
O governo federal passou a implantar parques aquícolas em 2007, como parte de uma estratégia para tornar o Brasil um dos maiores produtores de pescado do mundo, até o final desta década.
O Ministério da Pesca e Aquicultura já entregou 1.941 áreas para a produção de pescado em parques aquícolas da União. As áreas pertencem aos parques aquícolas dos reservatórios de Itaipu (PR), Castanhão (CE), Ilha Solteira (MS), Furnas (MG), Três Marias (MG) e Tucuruí (PA).
MPA
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