Edson Lima à esquerda com José Roberto Aguilar
Hoje abro espaço para falar de um cara especialíssimo, um sujeito de riso fácil, um apaixonado pela vida e pelos livros. O nome dele é Edson Lima, idealizador do Projeto O Autor na Praça evento que acontece há muitos anos na Praça Benedito Calixto, em São Paulo.
Todos os sábados, em meio a barracas de comidas típicas, roupas, discos, bijouterias, móveis e antiguidades, encontra-se a tenda do Autor na Praça, o local foi batizado como Espaço Plínio Marcos, uma homenagem ao dramaturgo que foi quem primeiro acreditou na iniciativa do Edson.
Por lá já passaram nomes da nossa literatura, músicos, atores, artistas plásticos. É como se a tenda do Autor na Praça fosse a alma da praça pulsante e efervescente; e o Edson Lima, sem dúvida nenhuma, é o grande cicerone do lugar. Como conhece a tudo e a todos, cabe a ele apresentar as pessoas. O mais legal é que o cara não faz isso para se crescer ou angariar publicidade, nada disso. Ele é um gentleman por natureza, está no seu DNA.
Guardadas as devidas proporções, o Edson Lima é uma espécie de Zorba, o Grego, mais suavizado. Pra quem não sabe ou ainda não leu, Zorba é aquele homem que olha encantado para as coisas como quem vê algo pela primeira vez.
Guimarães Rosa teve uma atitude de vida quando montou na mula Balalaika e saiu registrando as suas impressões sobre a paisagem sertaneja, as estórias e os costumes do povo do sertão. Tudo com o intuito de construir a sua obra.
Sem a pretensão de ser um Guimarães, Edson Lima, em meio ao mundão que é São Paulo, fez diferente: resolveu levar livros e autores para a praça e acabou transformando a sua modesta tenda num ponto de encontro de ideias e pessoas.
Esse cicerone da praça, além de ser um homem que sabe construir pontes, aprendeu a ouvir amorosamente quem lhe procura. Assim, a cada sábado, mais e mais pessoas aprendem com ele a cruzar a ponte imaterial da amizade.