Na maioria das vezes, sempre que estou com a cabeça nas nuvens costumo subtrair potocas da minha riquíssima fauna nasal. Aliás, de uns tempos pra cá, esse se tornou um dos meus esportes preferidos. Vai vendo, ó, assim que confecciono uma bolinha melequenta, de uns três milímetros, mais ou menos, junto o pai-de-todos e o cata-piolho e dou um peteleco na substância pegajosa.
Sempre fiz isso ? de jogar a meleca pra bem longe ? sem nunca me importar onde a meleca ia cair. Afinal, meleca não serve pra nada mesmo!
Naquele dia me dei mal. Não é que a nojeira melequenta grudou bem no meio da ? vasta, franzida e enrugada ? testa do seu Nicácio Orlando, o diretor da escola! Resumo da ópera ? como diria a Dona Abigail, a minha professora de português ?, tomei uma bronca daquelas. Tive que prometer ao seu Nicácio que nunca mais repetiria a dose. Devia ter me desculpado e dado o fora. Mas não… Quis saber o que o diretor tinha sentido. Pra quê? Ele me deu três dias de suspensão.
Além de subtrair potocas da minha fauna nasal, tenho outras esquisitices como fazer cócegas no céu da boca com a língua. Poxa, eu adoro isso! Tente uma vez e depois me diga o que você acha. Ainda nessa região nasal, outra coisa que amo fazer é coçar os pelinhos do nariz com a ponta do lápis ou da caneta, só para espirrar gostoso. É mó legal!
Obs: Segundo o Houaiss otário diz-se de ou indivíduo ingênuo, tolo, inexperiente.
*Texto publicado no meu livro Confissões de um otário