Os juvenis nunca deixam de ser juvenis. Seguidores de Leminski, eles acham que a adolescência só vai se findar por volta dos 70 – a exemplo do que o bardo curitibano chegou um dia a acreditar. Os juvenis crescem, casam-se e se multiplicam. Cada qual à sua maneira. Alguns são 100% “sexo, drogas & rock’n roll”. Outros internam-se muito cedo na UTI de uma modorrenta vida sem graça. Como bons juvenis, perdem a cabeça com uma facilidade incrível. Coisa deles, coisa da natureza deles. Ilusões? Pode ser. Porém, penso que têm outras máximas: intensidade; verdade; olho no olho; pelo no pelo; pele na pele. Gostam de ser daquelas coisas que os provocam arrepios existenciais, um pulsar arrebatador. Só eles são capazes de transformar frações de segundo em eternidade, um simples beijo numa avalanche, um pequeno desencontro numa perdição ampla, geral e irrestrita. Perdem-se pra depois se acharem. Num piscar de olhos. Uma vez juvenis sempre juvenis. Juvenis são românticos para todo o sempre e juvenis que se prezam não costumam descartar nada do que foi tecido sob fortes emoções. Claro, os juvenis também envelhecem, mas não morrem de antiguidade. Morrem de morte morrida, mas jamais de vida não vivida. Ora, ora, os juvenis estão em todos os lugares: em mim, em você, na multidão tudo ao mesmo tempo. Juvenis habitam terrenos arredios.
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