O que surpreende é que os mesmos métodos vêm sendo utilizados há décadas e, embora o mundo todo conheça os estragos que tal política tem provocado, ainda encontra seguidores e defensores destas estratégias animalescas nos países a serem vigiados. Foi assim nos regimes militares que assolaram a América Latina na metade do século passado, foi assim no Afeganistão, foi assim no Iraque, foi assim na antiga Iugoslávia e, novamente, na América Latina.
O caso recente envolvendo Colômbia e Equador já seria o bastante para demonstrar como se estruturam estas parcerias, cujo objetivo final é desestabilizar uma região para assumir seu controle. Mas, além de ter promovido a violação do território equatoriano, o governo colombiano de Álvaro Uribe, de costas para lá de quentes em Washington, atacou seu outro vizinho, a Venezuela, do sem papas na língua Hugo Chávez, acusando-o de financiar as Farc. Ora, as Farc são anteriores ao governo Chávez e, se algum governo colombiano tivesse intenção em solucionar o problema, já o teria feito. Além do mais, o argumento colombiano de que foram encontradas provas da ligação entre Chávez e Farc nos computadores apreendidos na selva equatoriana é discutível por dois motivos:
1 – porque a Colômbia não tornou públicos estes documentos?
2 – como os computadores foram preservados durante o ataque?
O ataque verbal ao governo venezuelano também deixa claro o quanto o governo colombiano está comprometido com o idealismo de Bush Jr. Sendo a Venezuela dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo (exatamente o dobro das reservas brasileiras), não é de se estranhar que o tio Sam não tire os olhos do nosso vizinho sul-americano. O que estranha é a facilidade com que encontra governos imbecis sempre a postos para fazer o trabalho sujo. É o caso de Álvaro Uribe na Colômbia hoje (e alguns outros no passado não tão distante e bem perto de nós).
Que tipo de apoio e promessas são feitas para estes governos? Será que só a ganância do ser humano explica o fato de um imbecil dar às costas para seus vizinhos e bajular o parceiro poderoso que troca de amante como quem troca de cueca (vide Irã e Iraque, cobras criadas pelos Estados Unidos). Será que os presidentes latino-americanos não alinhados com o idealismo de submissão à Washington (seja o partido que for na presidência daquele país) vão aceitar passivamente essa aberração de conflito político criado nos salões da Casa Branca e do Pentágono?
Até quando teremos que suportar a imprensa pilantra defendendo o lado de lá?