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O mais novo escândalo envolvendo partidos políticos é o uso de dinheiro público, através do Fundo Partidário, para pagamentos de despesas proibidas por lei. Tais como: Festas, comemorações, bebidas, aluguéis de aviões e até um saca-rolha.
Apesar disso estar discriminado na prestação de contas de todos os partidos; o TSE, responsável pela fiscalização e aprovação de contas, mostrou-se surpreso. E o Ministro Marco Aurélio Mello, determinou a “apuração dos fatos”.
É estranho que, só agora, após um jornal lançar a farra “para o alto” e mostrar ao público o que os partidos andam fazendo com nossos suados impostos, o ilustre ministro determine a apuração. Sim, é de se estranhar. Porque as contas apresentadas pelos partidos em 2006, até hoje, não foram aprovadas e nem submetidas à análise. E mesmo que fossem, a “apuração”, é tão “precisa” que não se checa a autenticidade das notas fiscais e dos documentos comprobatórios apresentados.
Assim, basta que o partido “X” compre um iate para o político “Y” e mande várias notas fiscais de despesas cobertas pelo fundo, para que o dinheiro seja “limpo”. Que fiscalização é essa? Como no caso Renan Calheiros; onde notas fiscais de açougues de pequenas cidades foram usadas para “girarem” toneladas de carne que, por sua vez, se converteram em renda para o senador. Essa forma de “apuração” é um convite à fraude.
Como tudo mais nesse Brasil; basta alguém, com um pouco de tempo e disposição, para desmascarar qualquer falcatrua de nossos políticos. O estado de coisas é tão ruim, que os “esquemas” nem se preocupam mais em esconderem-se sob estratagemas engenhosos e saem deixando rastros das mamatas. A coisa é mais feita no âmbito do “se colar… colou”. Algo que faria rir criminosos famosos como Al Capone e outros.
Tal fato deve-se simplesmente a maldita certeza da impunidade. Pois os partidos políticos (e os próprios políticos) sabem que as autoridades responsáveis pela “fiscalização” só se preocuparão com seus crimes se a imprensa descobrir. Sabem que os juízes usam sempre a desculpa do “excesso de trabalho” do judiciário, para justificarem suas mazelas e indolência. Acostumados as togas reluzentes e aos gabinetes de alto luxo, nosso judiciário esqueceu-se faz tempo, de seu papel importante e de seu lugar em nossa sociedade; e de que são os próprios juízes os responsáveis pela morosidade do poder.
A maior prova disso é que a simples menção de uma reforma e da cobrança de resultados, gera protestos nas mais altas esferas do poder. E da enxurrada de liminares e decisões “de compadres”, quando o assunto é o combate ao nepotismo e supersalários. Neste país; ineficiência, comodismo e indolência igual ao do judiciário; só mesmo no legislativo.
Por eles, nossa bandeira mudaria seus dizeres e adotaria a frase: “Preguiça e Atraso” ao invés do “Ordem e Progresso”.
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Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
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