ESN: 16675-080201-838850-87
Quem não sabe do caso Renan Calheiros?
Aquele mesmo que diz ter ganhado, uma verdadeira fortuna, vendendo gado para um açougue de uma pequena cidadezinha do interior de Alagoas. E o pior, mesmo após apresentar notas frias e o “escambau”, foi considerado “inocente” por seus cumpl…, digo, companheiros do Senado Federal.
Agora, depois da poeira baixar e, como sempre, um novo escândalo tomar o lugar nas manchetes e no interesse da imprensa; um dos responsáveis pela tentativa de “fechamento do caixão” de Renan, foi punido pela mesa do Senado. Sim, o culpado é o inocente e o inocente é o culpado. O assessor que denunciou Renan e apresentou provas contra ele, foi condenado hoje num processo administrativo. A acusação: Ter feito a denúncia.
Alegam que o pobre alcagüete desavisado, não “formalizou” a denúncia. O que seria uma falta “gravíssima”. Apesar de tê-la efetuado diretamente ao corregedor do Senado, Senador Romeu Tuma. O pobre assessor esqueceu-se de solicitar uma cópia em “200 vias de igual teor e forma”; assinadas, carimbadas e lacradas pela corregedoria.
O pior, é que nem se preocupam em esconder o óbvio. Como o cara não pode ser demitido sem justa causa, e o que ele fez não justifica a demissão; arrumaram uma maneira de fechar a “garganta profunda” do sujeito e manchar-lhe a ficha de serviços. Assim, ele aprende a ficar de “boquinha fechada” e olhar sempre para o outro lado. Enquanto os verdadeiros malandros “se fazem” nos cofres públicos.
Mais uma vez, os criminosos punem os inocentes, e os que têm coragem de se levantar contra o estado de podridão em que se encontra nossa política se “ferram”. Mais uma vez, o recado claro de que “em boca fechada não entra mosca”, é dado de forma inequívoca e com o beneplácito de todo o Senado Federal. A podridão, a corrupção e a falta de vergonha estão tão enraizadas que a honestidade passou a ser punida oficialmente. E o pior de tudo. Usaram de desfaçatez sabendo que a imprensa não daria destaque à notícia e que, no máximo, haveria uma “notinha de rodapé”. Aliás, como realmente aconteceu.
Se o assessor de Renan cometeu mesmo um “deslize”, por que não foi punido na época? Por que o processo administrativo não foi aberto de imediato? Por que esperaram o assunto “morrer”, para tomarem providências?
Para mim, há apenas duas respostas a essas perguntas: Cumplicidade e falta de vergonha na cara.
E você leitor, o que achou disso?
****************************************
Texto originalmente escrito em: Visão Panorâmica
ESN: 16675-080201-838850-87
É proibida a reprodução do todo em de parte sem a expressa autorização do autor.